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O ex-presidente peruano Alan García venceu o segundo turno da eleição presidencial peruana, realizado neste domingo, derrotando o candidato nacionalista Ollanta Humala, de acordo com dados oficiais. García obteve 55,45% dos votos contra 44,54% de Humala, com 77,33% das urnas apuradas. Espera-se que a totalidade dos votos seja apurada até a noite de segunda-feira.

Duas pesquisas de boca-de-urna das empresas Apoyo e Datum anteciparam que García seria o líder do governo peruano durante os próximos cinco anos, dando-lhe entre 52,7% e 55,4% dos votos, respectivamente.

O social-democrata Alan García agradeceu o apoio de seus compatriotas nas eleições presidenciais peruanas logo após a divulgação de pesquisa de boca-de-urna que dava a vitória a ele e afirmou que exercerá um governo de coalizão. "Os peruanos rejeitaram de modo contundente a tentativa de penetração e dominação que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, tentou realizar através do candidato nacionalista Ollanta Humala", afirmou García.

O candidato nacionalista Ollanta Humala admitiu a derrota. "Reconhecemos os resultados da Oficina Nacional de Processos Eleitorais (Onpe) com 77% dos votos apurados e saudamos as forças que competiram conosco, as do senhor García", disse Humala a jornalistas. Humala, um militar da reserva de 43 anos, era temido pelos investidores devido ao seu plano de uma maior intervenção estatal na economia.

O presidente Alejandro Toledo entregará a faixa presidencial a seu sucessor em 28 de julho, dia em que se comemora a independência do Peru. A vitória de García, deixando para trás a lembrança do mandato de 1985 a 1990 que colocou o Peru na sua pior crise econômica, é resultado de uma disputada campanha em que teve que enfrentar o apoio do presidente venezuelano, Hugo Chávez, ao concorrente Humala.

Visto por muitos peruanos como sendo "dos males, o menor" porque promete defender a democracia e garantir o crescimento econômico, o social-democrata Alan García deixou o governo há uma década sob acusações de corrupção e no auge da guerrilha maoísta do Sendero Luminoso. "García não tem um cheque em branco, tem que trabalhar agora de maneira dramaticamente diferente", disse o diretor do jornal Peru.21, Augusto Alvarez, ao comentar o resultado.

Na sua primeira aparição desde que foram divulgados os resultados não-oficiais, García saudou os simpatizantes em frente a sua casa com os braços ao alto e o tradicional lenço branco na mão. O partido Aprista, de García, já festejava. "Chávez, escuta: Alan é presidente", repetiam aos gritos os simpatizantes de García.

"Hoje o Peru ganhou, ganhou o voto contra o autoritarismo, contra o intervencionismo", afirmou o trabalhador do setor têxtil José Luis Munoz, 47 anos. O candidato nacionalista era considerado uma ameaça para as classes alta e média por causa do discurso autoritário e o plano de aumentar a intervenção estatal na economia.

As seções eleitorais peruanas encerraram seu funcionamento às 18h deste domingo (16h em Lima), após oito horas de votação para eleger o próximo presidente do país. Estima-se que 16,4 milhões de peruanos tenham ido às urnas escolher entre o candidato nacionalista Ollanta Humala e o social-democrata Alan García.

Segundo o chefe interino da missão de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA), o ex-chanceler argentino Rafael Bielsa, nenhum incidente relevante foi registrado. "O processo eleitoral transcorreu com toda normalidade, nada além de pequenas questões relativas a violações da lei eleitoral e atraso na constituição de alguma mesa eleitoral", disse Bielsa à rádio CPN.

A campanha para o segundo turno foi caracterizada por ataques pessoais duros entre García e Humala, com referências à constante intervenção do presidente venezuelano, Hugo Chávez, no processo, o que provocou o pior momento da relação diplomática entre Caracas e Lima, depois da retirada de embaixadores.

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