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A ativista Rocío San Miguel Sosa, crítica do regime chavista, é acusada de terrorismo e conspiração para assassinar o ditador Nicolás Maduro
A ativista Rocío San Miguel Sosa, crítica do regime chavista, é acusada de terrorismo e conspiração para assassinar o ditador Nicolás Maduro| Foto: EFE/Jeffrey Arguedas

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, aliado do ditador Nicolás Maduro, acusou a ativista Rocío San Miguel de fornecer informações confidenciais sobre os sistemas de Defesa Aérea de Caracas para autoridades europeias. Ela está detida desde o último dia 9 e enfrenta acusações por traição e conspiração contra a ditadura chavista.

Saab organizou uma coletiva de imprensa para informar que a presidente da ONG Controle Cidadão manteve reuniões com autoridades de ao menos quatro países para fornecer os segredos de Estado de Maduro.

“Por que ela se encontraria com o representante de uma superpotência europeia? Essa informação é confidencial e foi compartilhada com pelo menos uma potência estrangeira. Temos evidências de reuniões semelhantes com pelo menos três outras potências estrangeiras”, afirmou o procurador-geral.

O aliado do regime chavista ainda acusou a ativista de "agir mais como uma espiã do que uma defensora dos direitos humanos". Sem apresentar provas, ele declarou que Rocío recebia pagamentos em dinheiro de uma empresa petrolífera estrangeira.

À emissora CNN, a defesa da ativista afirmou, nesta segunda-feira (19), que as novas acusações “fazem parte de todo este andaime de mentiras, de censura, de ataque a uma voz dissidente”.

Uma ONG de direitos humanos sempre mantém relações com embaixadas, como todas as ONGs. Se reunir com uma delegação diplomática não significa que você seja um espião, porque as relações diplomáticas são diplomáticas”, disse o advogado Joel García.

Nos últimos dias, a Missão Internacional Independente da ONU para a Venezuela, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e a Anistia Internacional, bem como centenas de ONGs locais, expressaram sua preocupação com a detenção de San Miguel e solicitaram à ditadura venezuelana o respeito a seus direitos.

Maduro acusa ONU de espionar o país

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta segunda-feira (19) que o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) em Caracas, cujas atividades foram suspensas na quinta-feira (15) por ordem do regime, se dedicava à espionagem e à conspiração.

"Esse escritório foi desviado. Foi transformado em um escritório de espionagem interna, de conspiração interna, no escritório de advocacia de terroristas, conspiradores, golpistas e assassinos da Venezuela", disse o líder chavista durante seu programa semanal de televisão.

Maduro assegurou que seu governo denunciou essas supostas irregularidades à ONU em pelo menos dez ocasiões, entre as quais mencionou que os funcionários do ACNUDH "gastaram seu tempo procurando arquivos e aplicando o colonialismo judicial".

"Foi esse escritório técnico e alguns de seus porta-vozes que violaram os termos e os princípios do acordo assinado, violaram a letra e o espírito da Carta das Nações Unidas", afirmou.

Além de suspender as atividades do escritório, estabelecido desde setembro de 2019, o regime de Caracas disse que realizará uma "revisão abrangente dos termos de cooperação" acordados com essa organização nos próximos 30 dias e ordenou a expulsão de 13 funcionários que trabalhavam no país.

"Todos eles deixaram o país no sábado, felizmente, e até que esse escritório respeite a carta das Nações Unidas, a independência e a soberania da Venezuela e retifique e peça desculpas publicamente, não voltarão ao país. Esperemos que eles se retifiquem", afirmou Maduro.

A decisão de expulsar esses funcionários veio um dia depois que o relator especial da ONU sobre o direito à alimentação, Michael Fakhri, revelou que a ditadura chavista o impediu de visitar centros de detenção e que as autoridades mudaram constantemente sua agenda durante sua visita de duas semanas ao país, que terminou na quarta-feira (14).

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