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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou no domingo que seu governo denunciará os Estados Unidos à ONU por causa da libertação do "terrorista" Luis Posada Carriles, acusado pelo governante de elaborar planos para assassiná-lo e ao líder cubano Fidel Castro.

"Peço às Nações Unidas que intervenham neste caso. Vamos levar este caso às Nações Unidas, é o cúmulo dos cúmulos!", expressou Chávez em seu programa dominical de rádio e televisão, "Alô Presidente".

O governante lembrou que a Venezuela pediu aos Estados Unidos a extradição de Posada Carriles, acusado por Havana e Caracas de múltiplos atos terroristas, entre eles vários atentados contra hotéis na ilha caribenha e a explosão de um avião da companhia Cubana de Aviación em 1976, que causou 73 mortes.

O ex-agente da Agência Central de Inteligência (CIA), naturalizado venezuelano na década de 60, estava preso desde 2005 nos Estados Unidos, acusado de fraude migratória e falso testemunho, e na quinta-feira passada obteve liberdade sob fiança de US$ 350 mil.

Chávez voltou a acusar o Governo de seu colega americano, George W.Bush, de "proteger terroristas", por supostamente permitir a libertação do anticastrista, de 79 anos.

Para o chefe de Estado "não é uma casualidade" que as autoridades americanas tenham libertado Posada Carriles quando, segundo disse, começa "um novo plano desestabilizador" contra a Venezuela, que inclui um suposto magnicídio.

Posada Carriles "esteve planejando durante anos não só a morte de Fidel Castro, mas a minha", mediante uma "rede" regional da "CIA que está sendo reativada", assegurou Chávez.

"Responsabilizo o presidente dos Estados Unidos (...) de estar impulsionando de novo um plano desestabilizador e de dar sinal verde aos planos de magnicídio, melhor dito, de assassinato contra mim", expressou.

José Pertierra, representante legal da Venezuela no caso de extradição de Posada Carriles, disse na sexta-feira passada que Caracas estudava a possibilidade de denunciar os Estados Unidos perante a ONU e a Organização dos Estados Americanos (OEA) pela libertação desse "terrorista".

"A Venezuela estuda a solicitação ao Comitê Contra o Terrorismo do Conselho de Segurança da ONU de uma investigação sobre a conduta do governo americano e suas autoridades (...) pela libertação do terrorista Posada Carriles", disse Pertierra.

Segundo o advogado, com a libertação sob fiança de Posada Carriles, os Estados Unidos deixam de cumprir as obrigações" que assumiram com a resolução 1.373 da ONU, aprovada em 28 de setembro de 2001 por causa dos ataques ao World Trade Center, em Nova York".

Esta resolução estabeleceu "que todos os Estados devem abster-se de fornecer ajuda a pessoas que tenham participado de atos de terrorismo", afirmou Pertierra.

A defesa venezuelana também estuda a possibilidade de denunciar os Estados Unidos "perante o Comitê Interamericano contra o Terrorismo da Organização dos Estados Americanos (OEA), para que esse organismo examine, igualmente, a conduta" de Washington, acrescentou o advogado.

"Não descartamos continuar com esta luta. Se for necessário levar o caso aos tribunais internacionais, o faremos", acrescentou Pertierra, segundo a Agência Bolivariana de Notícias.

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