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Apelo

Nações Unidas pedem a líderes mundiais que acelerem ação contra o efeito estufa

Agência Estado

Nova Iorque - O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, pediu ontem que as lideranças mundiais acelerem as negociações a respeito de um acordo para combater as mudanças climáticas antes da 15ª Convenção do Clima, em Copenhague, em dezembro. Essa reunião terá o objetivo de substituir o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.

"As ações contra o aquecimento global estão acontecendo de forma muito lenta", declarou na abertura da reunião de cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas, que corre paralela à 64ª Assembleia Geral da ONU, ontem, em Nova Iorque. A reunião é a maior já sediada pela entidade para discutir os efeitos do aquecimento global, com a participação de mais de cem chefes de estado.

Ban é o mais recente líder internacional a expressar preocupação com o progresso das negociações que antecipam a reunião de Copenhague. Ele lembrou em tom de advertência que resta pouco tempo antes da Conferência do Clima, apenas 80 dias. "As negociações da ONU precisam de suporte político e direção", afirmou o secretário-geral.

"A mudança climática é o assunto geopolítico e econômico mais importante do século 21. Ela vai reescrever a equação global para o desenvolvimento, a paz e a segurança", discursou Ban.

Há fortes discordâncias entre os desenvolvidos, como os Estados Unidos, e nações em rápido desenvolvimento, como a China e a Índia, a respeito dos cortes nas emissões de poluentes que causam o efeito estufa. A ajuda financeira dos países desenvolvidos para que aqueles em desenvolvimento reduzam suas emissões é outro ponto polêmico.

Nova Iorque - Numa reunião inédita, mas que acabou sem efeitos práticos, o presidente chinês, Hu Jintao, ofuscou a estrela do evento, o americano Barack Obama, ao anunciar quatro medidas que seu país tomará para combater o aquecimento global. Já o norte-americano repetiu promessas de campanha, mas está amarrado pelo Congresso de seu país, que ainda debate sua ambiciosa proposta energética-ambiental.

Os dois líderes se reuniram na manhã de ontem com colegas de cerca de cem países na ONU (Or­­ga­­nização das Nações Unidas), numa cúpula organizada pelo secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, como preparativo para a reunião de Copenhague, em dezembro. A ideia era ganhar im­­pulso político para o novo acordo de proteção ao clima, a ser assinado lá.

Nada perto disso foi alcançado, embora progressos tenham sido feitos. Hu e Obama se comprometeram com medidas antiaquecimento global, o que marca uma dupla ruptura: do primeiro com posições do passado recente, em que a China se recusava a discutir limites; do segundo com o governo do antecessor, o republicano George W. Bush, que nem sequer reconhecia o fenômeno climático.

A China tomará quatro decisões, disse Hu: cortar a emissão de gases-estufa por uma "margem notável’’ até 2020, em relação aos níveis de 2005, embora ele tenha se recusado a dar números e tenha condicionado tal corte a um aumento do PIB; aumentar o uso de combustíveis "limpos’’ para 15% do total em 2020; aumentar o ritmo de reflorestamento de seu país; e desenvolver a "economia verde’’.

Condições

Nada disso, avisou, será realizado se o custo for uma queda no de­­senvolvimento social: "Devido ao baixo nível de desenvolvimento e à escassez de capital e tecnologia, países em desenvolvimento têm capacidade e meios limitados pa­­ra lidar com mudança climática’’.

Já Obama disse que seu país realizou mais nesse setor no seu governo do que "em qualquer outra época’’. Citou como exemplos a primeira proposta nacional de um limite de consumo por litro da frota americana e investimentos "verdes’’ embutidos no pacote de estímulo bilionário aprovado no começo de seu go­­verno.

Mas admitiu que mais avanços dependem da agenda doméstica, e essa está encalacrada por conta da polêmica da reforma do sistema de saúde pública. Obama conseguiu aprovar na Câmara dos Representantes (deputados) um projeto de lei que limita as emissões dos EUA, mas a discussão no Senado deve ficar para o ano que vem, ou mesmo nem ser aprovada nessa legislatura, que se encerra em 2010.

Ainda assim, o democrata prometeu trabalhar com seus colegas de G20, grupo das economias mais ricas do mundo, que se reúne no fim da semana, para diminuir os subsídios a combustíveis fósseis. E cutucou o colega chinês – China e EUA respondem por 40% do total mundial de emissão de gases-estufa. "Dificuldade não é desculpa para complacência.’’

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