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| Foto: EITAN ABRAMOVICHAFP

O primeiro julgamento da ex-presidente argentina Cristina Kirchner, acusada de envolvimento em corrupção, já tem data marcada. As primeiras audiências no caso que investiga o direcionamento de licitações de obras públicas para o Grupo Austral deverão acontecer em 26 de fevereiro.

O jornal Clarin aponta que, segundo a acusação da Justiça, durante os mandatos de Nestor (2003-7) e Cristina Kirchner (2007-15) se instalou um esquema de corrupção a partir do governo e órgãos estatais vinculados a obras públicas. Montou-se uma “organização criminosa” para a subtração de fundos públicos por meio do direcionamento de 80% das obras viárias para o Grupo Austral, pertencente a Lázaro Báez, aliado da família Kirchner. 

Segundo a Justiça, o esquema de contratações irregulares possibilitou que o patrimônio de Báez crescesse 12.127% entre 2004 e 2015. Ele adquiriu bens no valor de US$ 205 milhões. 

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Mas, de acordo com o Clarin, os recursos eram destinados a enriquecer o patrimônio dos ex-presidentes. Báez teve “benefícios exclusivos”, segundo a Justiça, e se converteu no “empresário de obras públicas viárias mais beneficiado” pelos ex-presidentes. 

Outro jornal, o La Nación, informa que, para a Justiça, os fundos que são produto foram alvo de “lavagem” em empresas da família Kirchner. A Justiça suspeita que Cristina e seus filhos – Máximo e Florencia – ficaram com parte dos recursos. 

Além de Cristina, irão a julgamento o ex-ministro do Planejamento, Júlio de Vido; o ex-secretário de Obras Públicas, José López, e Báez, que está preso.

A Justiça argentina investiga a ex-presidente em outros casos, como a dos cadernos das propinas, no qual empresários pagavam propinas a ex-funcionários do governo Kirchner para garantir participação em obras públicas. Nesta segunda, ela voltou a ser ouvida neste caso. Segundo o jornal Ambito Financiero, ela voltou a negar a cobrança de subornos em obras públicas e disse que a Justiça deveria convocar o presidente Maurício Macri para depor, uma vez que ele estava à frente de seu grupo empresarial. Um primo de Macri foi indiciado no caso.

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