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Quando as primeiras crianças de Ruanda começaram a usar seus laptops, há cerca de um ano, foi dada a partida para que o país, enfim, começasse a ingressar no mundo da tecnologia.

Com o objetivo de levar a cultura digital a um país que ainda tem problemas básicos de desenvolvimento, o projeto não governamental OLPC ("Um laptop por criança", na sigla em inglês) já atende aproximadamente 15 mil crianças na capital, Kigali, e deve chegar a outras cidades do país até o final do ano. O governo pretende investir US$ 1,2 milhão na compra de computadores XO para as crianças. Esses computadores são subsidiados pelo projeto e custam US$ 100 (cerca de R$ 170).

O projeto OLPC foi elaborado pelo americano Nicholas Negroponte para estimular o desenvolvimento educacional em países pobres.

A aplicação do programa, que inclui visitas às escolas e acompanhamento dos alunos, é feita em Kigali pelo casal brasileiro Juliano Bitencourt e Silvia Kirst. Ambos são pedagogos e pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e moram na capital ruandesa há oito meses."Tem sido uma experiência única, pois é um país que conhecíamos pouco, mas estamos desenvolvendo um projeto que é uma das coisas mais importantes dentro do programa de governo", conta Bitencourt.

"Eles utilizam os chats e principalmente os programas de desenhos. A maior dificuldade deles, porém, é criar sem que alguém precise falar o que deve ser feito. Isso ainda é resquício do período colonial", diz Silvia.

John Bosco Nshimiyimana, de 24 anos, é um dos mais empolgados com a experiência. Para ele, houve uma mudança em seu modo de vida. "Posso conversar com pessoas do mundo todo, conhecer gente de todos os países. Isso aumentou muito minha cultura e já penso em continuar estudando nessa área", disse.

Para Agnes Wizeyimana, diretora do grupo escolar Kagugu, na periferia de Kigali, o projeto tem mudado o comportamento dos alunos. "Ainda não há computadores suficientes, mas as crianças se interessam bastante e isso reflete no comportamento delas dentro da sala de aula", analisa a diretora.

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