• Carregando...

Cento e quarenta pessoas detidas durante os protestos que se seguiram às eleições presidenciais de 12 de junho no Irã foram libertadas nesta terça-feira (28), depois da visita de uma comissão parlamentar à penitenciária de Evin, em Teerã.

Citado pela agência semiestatal de notícias Isna, Kazem Jalali, porta-voz da comissão parlamentar, disse que 140 prisioneiros foram soltos nesta terça, mas 150 pessoas presas durante os protestos continuam detidas em Evin.

Centenas de pessoas foram detidas durante os protestos contra o resultado das eleições de 12 de junho, vencidas pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad. A oposição alega ter havido fraude generalizada na reeleição de Ahmadinejad.

A última informação oficial do governo, divulgada há várias semanas, dava conta que 500 pessoas estavam presas por causa dos distúrbios, mas as detenções continuaram. A forte repressão foi executada pela polícia, pela Guarda Revolucionária e pela milícia Basij.

Jalili disse que outras 150 pessoas poderão ser libertadas em breve. Ele também afirmou que estão detidas outras 50 "figuras políticas e integrantes de grupos contrarrevolucionários ou estrangeiros, que se intrometeram nos tumultos".

Entre os libertados nesta terça-feira está a ativista dos direitos das mulheres Shadi Sadr, presa durante uma manifestação em 17 de julho.

O website de oposição Mowjcamp informou nesta terça-feira que quatro políticos reformistas presos - Mustafá Tajzadeh, Baehzad Nabavi, Saeed Hajjarian e Feizollah Arabsorkhi, foram transferidos de Evin para uma prisão especial da Guarda Revolucionária, onde passarão por mais interrogatórios. O relato do website não pôde ser confirmado por uma fonte independente.

Na segunda-feira, o chefe do judiciário do Irã, o aiatolá Mahmoud Hashemi Shahroudi, prometeu que a promotoria pública revisará a situação de todos os detidos após a eleição em uma semana e decidirá quais pessoas serão libertadas e quais levadas a julgamento.

Enquanto isso, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, ordenou o fechamento da prisão de Kahrizak, nos subúrbios do sul de Teerã. A informação partiu de Jalili e foi divulgada pela agência de notícias Mehr.

"A prisão não tinha os padrões requeridos para garantir os direitos dos detentos" disse Jalili. O fechamento de uma prisão foi anunciado na segunda-feira pela agência estatal IRNA, mas a cadeia não foi identificada.

Grupos de direitos humanos identificaram pelo menos três manifestantes que eles afirmam terem morrido após ficarem detidos em Kahrizak.

O aparente novo interesse das autoridades com a sorte dos detidos foi despertado após políticos e parlamentares conservadores, justamente o campo de onde o governo retira seu apoio político, terem protestado contra a morte do filho de Abdolhossein Rouhalamini, um conservador de destaque. Rouhalamini é aliado próximo de Mohsen Rezai, o único conservador que concorreu contra Ahmadinejad nas eleições.

O filho de Rouhalamini, Mohsen, preso em uma manifestação em 9 de julho, foi levado à prisão de Kahrizak. Duas semanas depois, foi transportado gravemente ferido a um hospital onde morreu.

As informações são da Associated Press.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]