A polícia armada do Zimbábue levou para local desconhecido uma líder da defesa dos direitos humanos e oito ativistas, depois que a Alta Corte de Justiça ordenou a imediata libertação deles para que fossem levados a um hospital local, disse o advogado dos detidos.
Jestina Mukoko e os oito ativistas foram acusados na quarta-feira de recrutar ou tentar recrutar pessoas, incluindo um funcionário da polícia, para tramar a deposição do governo do presidente Robert Mugabe. Mas o juiz da Alta Corte, Yunus Omarjee, ordenou a libertação do grupo e de outros 23 ativistas por que sua detenção fora ilegal.
Beatrice Mtetwa, uma das advogadas dos detidos, disse ter obtido a informação de que Mukoko e seus oito colegas, que eram mantidos em custódia em uma prisão, haviam sido levados para um local desconhecido, sob a guarda da polícia armada na manhã desta quinta-feira.
"Acabei de receber informação de que eles foram levados em um veículo vermelho, sob escolta policial armada. O encarregado da investigação expressou choque e surpresa quando eu lhe perguntei sobre isso", disse Mtetwa à Reuters.
Os outros ativistas eram mantidos em celas pela polícia em vários locais nos arredores da capital, Harare, e não ficou claro qual seria sua situação. Mukoko, uma ex-locutora que dirigiu a organização independente Projeto de Paz do Zimbábue, foi detida sob a mira de arma em 3 de dezembro. Se julgados e considerados culpados, os ativistas poderão ser condenados à pena de morte, afirmaram advogados.
Os advogados disseram haver alegações de que Mukoko e os outros oito ativistas foram torturados e seriam levados a um hospital para tratamento depois que a corte ordenou sua soltura. O caso fez surgirem novas dúvidas sobre a implementação do acordo de divisão de poder entre Mugabe e o líder oposicionista Morgan Tsvangirai, visto como uma chance de evitar que o país, antes relativamente próspero, mergulhe no declínio econômico.
A oposição diz que sequestros de ativistas têm ocorrido desde o segundo turno da eleição presidencial, em junho, no qual Mugabe se reelegeu disputando sozinho porque Tsvangirai retirou sua candidatura, queixando-se de ataques a seus partidários.
A organização independente de Mukoko monitora os direitos humanos e elaborou relatórios sobre a violência nas eleições deste ano.
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