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Competir ou estudar? O dilema dos atletas de alto rendimento
| Foto: Nicolas Hoizey/Unsplash

A chegada da XIX edição dos Jogos Pan Americanos nos faz refletir sobre muitas questões que assolam a vida dos atletas. E um dilema constante, sem dúvidas, é a dedicação assídua ao esporte e a ausência de uma formação acadêmica. Desde muito cedo, às vezes com 4 ou 5 anos de idade, o atleta de alto rendimento inicia sua carreira dedicando uma vida inteira àquela modalidade escolhida. Sem tempo de estudar, principalmente quando chega o momento de entrar em uma universidade, a educação fica em segundo plano. Afinal, são muitos treinos, sem contar o descanso necessário para recuperação do corpo.

Com carreiras intensas, muitos profissionais não fortalecem a união esporte x educação e deixam de lado seu desenvolvimento educacional. Ao chegar na aposentadoria, muitos se veem em uma situação delicada, sem acesso pleno à educação e, por consequência, sem alternativas efetivas de futuro. Com base nessas premissas, torna-se necessário pensar: o que fazer quando o jogo acabar?

Devemos deixar claro que esporte e educação podem (e devem) ser uma dobradinha campeã na vida de nossos atletas.

Para responder essa pergunta, vamos pensar, em primeiro lugar, em como a educação no ensino superior pode ajudar a formar uma perspectiva sólida após a carreira atlética. Uma dessas opções é o ensino a distância (e se tem uma população que pode se beneficiar com esta modalidade são os atletas).

O marco regulatório da educação a distância no Brasil foi marcado pela aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em 1996, no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, e sancionada pelo ministro da Educação, Paulo Renato de Souza. Antes desse período, uma geração de atletas deixou de buscar um diploma de nível superior pela dificuldade de frequentar presencialmente uma faculdade, por conta de viagens para competições e uma dura rotina de treinamento.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2015, apenas 16% dos trabalhadores brasileiros tinham ensino superior completo. Já em uma pesquisa realizada por uma emissora de televisão mostra que de 600 jogadores participantes do Campeonato Brasileiro de Futebol de 2016, por exemplo, somente 2% dos jogadores cursavam ensino superior. Observa-se que, em tempos de competição tão importantes no mundo, devemos deixar claro que esporte e educação podem (e devem) ser uma dobradinha campeã na vida de nossos atletas. Assim como mundo esportivo, a educação é uma ferramenta de transformação de vidas em busca de realização sonhos, metas, disciplinas e socialização.

Títulos, medalhas, alegrias, amizades e até as decepções obtidas ao longo da carreira esportiva ficarão para sempre. Mas é bom ter em mente que todo profissional precisa se preparar para a sua “aposentadoria”. Neste sentido, o caminho mais vitorioso será com um diploma na mão. A educação abre portas. Afinal, como disse Ricardo Pantoja, “Estudar:uUma saída inevitável para poder obter algo que eu possa chamar de MEU”.

Humberto Garcia de Oliveira, profissional de Educação Física, especializado em treinamento desportivo, é mestre em Ciências da Saúde e coordenador do curso de Educação Física da UniCesumar.

Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
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