As exportações brasileiras, no acumulado do ano, influenciaram no preço das carnes no mercado interno. É o que mostra o Boletim de Conjuntura Agropecuária, do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão vinculado à Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab).
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O preço da carne suína ao consumidor teve alta de 5% no período acumulado de janeiro a maio deste ano, em comparação com o preço médio de 2022. O analista de carne suína do Deral, Edmar Gervásio, afirma que a situação foi algo pontual e acredita-se que deve mudar em um curto espaço de tempo. O aumento se deu por conta da demanda maior do consumo interno e da comercialização externa.
“A exportação cresceu de forma significativa. Mesmo com indicadores positivos, como queda do custo da produção suína, ainda não refletiu no preço para o consumidor, por conta da demanda”, explica. Desse modo, como houve um volume maior do que o esperado, isso refletiu no valor para o consumidor.
Nos primeiros cinco meses deste ano, foram exportadas mais de 473 mil toneladas de carne suína, um total 16% maior do que o mesmo período do ano passado. Entretanto, a previsão é que esse cenário se altere, com um equilíbrio maior nas exportações.
O preço da carne suína no atacado apresentou uma diminuição de quase 10%. Com isso, a projeção é que essa tendência seja repassada para o consumidor, com a queda no preço. Segundo a análise do Deral, o custo da produção da carne suína também teve diminuição em 2023, em mais de 12%.
O analista Edmar Gervásio acrescenta que a carne suína não tem uma reposição tão rápida no mercado como o frango. Para a produção de frango, é preciso em torno de 50 dias. Mas a carne suína leva em torno de 300 dias para a produção. Por conta disso, o especialista afirmou que poderá demorar um pouco para ter uma queda no preço ao consumidor. “A queda de custos não vai refletir agora, mas a tendência é que após cinco ou sete meses comece a ter esse repasse para a carne suína”, disse.
Carne bovina tem queda nas exportações
Já as exportações de carne bovina brasileira tiveram uma queda de 9,5%, nos primeiros cinco meses deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. O técnico de carne bovina do Deral, Thiago de Marchi, explica que a queda foi uma consequência do caso de encefalopatia espongiforme bovina no Pará e, também, devido ao embargo de mais de 30 dias nas exportações para à China, principal país importador de proteína no país, que aconteceu em fevereiro.
“Isso refletiu no acumulado. Mas, a partir de maio, houve uma recuperação: a exportação foi maior em 10%, em comparação com maio do ano passado. É um aumento considerável”, afirma Marchi.
Ele destaca que houve um acumulado de situações que gerou a queda da arroba, como a entressafra, a chegada do inverno, a demanda interna que ainda sofre com as consequências da pandemia da Covid-19 e o número alto de animais prontos para o abate. “Tudo isso contribuiu para que preço caísse e chegasse em torno de R$230 por arroba”.
Apesar da queda, Marchi complementa que isso não reflete totalmente para o consumidor. “O preço teve uma queda no varejo em comparação com o ano passado, mas não reflete 100%. Existem outros custos. Mas houve uma queda, acompanhando a queda da arroba para o paranaense e brasileiros de forma geral”.
Contudo, a expectativa é que tenha uma melhora. O mês de maio foi marcado por uma exportação de 110 mil toneladas à China. A exportação de maio e a redução na disponibilidade de animais, nas últimas semanas, contribuíram para uma recuperação nos preços que registrou alta de 3,43% desde o começo do mês de junho.
“Está se recuperando pela retomada das exportações. Havia um número alto de animais disponíveis naquele momento, mas o que tinha para ser vendido já foi e agora tem uma retomada nos preços que deve se manter. Não uma retomada tão grande quanto foi a queda, já que o número alto de animais foi vendido”, diz o técnico de carne bovina do Deral.
Preço médio no Paraná
Segundo o boletim, em maio, os preços médios pagos aos produtores paranaenses de frango, boi e suíno tiveram um recuo, em relação ao mês anterior, de 1,9%, 7,5% e 8,1%, respectivamente. Ovos e leite tiveram uma valorização de 2,2% e 3,2%, respectivamente.
Os produtores receberam, em média, R$ 4,77 pelo quilo de frango, R$ 255,38 pela arroba bovina, R$ 6,10 pelo quilo do suíno, R$ 179,95/30 dúzias do ovo tipo grande e R$ 2,92 pelo litro de leite, no mês passado.
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