As operadoras de planos saíram na frente na busca de socorro para o setor da saúde – um dos mais afetados pelo furacão causado pela pandemia do coronavírus. Na noite desta quarta-feira (8), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou a liberação de quase R$ 15 bilhões para estas empresas, dinheiro que compõe um fundo especial para situações emergenciais.
A determinação também tranquiliza os beneficiários desses planos. No Paraná, são quase 3 milhões de pessoas. É que a liberação tem como contrapartida o compromisso de as operadoras renegociarem contratos e prestarem assistência, até o fim de junho, mesmo para beneficiários inadimplentes. Teme-se que uma crise econômica causada pela pandemia possa aumentar o número de pessoas e empresas que não conseguem pagar as mensalidades.
Queda de atendimentos e receitas
Tanto a ANS quanto as associações que representam as operadoras ainda não têm números da inadimplência relacionada, de alguma forma, à crise do coronavírus. Outra estatística relevante, no entanto, já está avançada. O setor registra uma queda de pelo menos 50% em procedimentos realizados pelas empresas de saúde suplementar.
Em nota, a Unimed Curitiba, maior operadora de saúde do Paraná, disse que mantém suas "atividades em contingência" neste período de quarentena. “Em virtude do isolamento e do distanciamento físico recomendado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde, é natural haver queda no que diz respeito aos serviços prestados”, aponta.
Pelos números das empresa, na Unimed Laboratório (braço laboratorial do grupo), a redução no número de exames foi próxima a 80% desde a última semana de março. Na operadora, houve uma redução de aproximadamente 50% em consultas e procedimentos durante o mesmo período.
A empresa destaca, no entanto, que possui “alta liquidez financeira, que concede tranquilidade neste período de pandemia”. “É possível absorver os custos e manter investimentos para melhor assistir aos beneficiários, mesmo com a situação atípica de mercado neste momento”, completa a nota.
A Clinipam, outra das principais operadoras do estado, disse que não irá comentar o assunto.
Injeção de dinheiro
É justamente para combater a combinação desastrosa entre menos atendimentos e um possível aumento de inadimplência que o governo decidiu queimar suas reservas. O fundo garantidor, do qual será retirado o dinheiro para socorrer os planos, é um recurso recolhido pelas próprias operadoras, mas que fica bloqueado para ser usado em casos especiais. Isso só se dá com autorização da ANS. Estima-se que este cofre tenha R$ 40 bilhões.
Entre as contrapartidas negociadas nesta semana está o compromisso de as operadoras pagarem regularmente aos prestadores de serviços até o fim de junho. Isso pode desafogar os hospitais privados – que são os principais prestadores de serviços das operadoras. Sem as cirurgias eletivas e atendimentos clínicos, estas instituições viram secar as fontes de 80% de sua receita. Sem dinheiro no caixa, sindicatos e federações indicam que há risco de fechamento de alguns deles.
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