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Longa fila de caminhões formada no trecho urbano da PR-412 a caminho do embarque do ferry boat, em Matinhos.
Longa fila de caminhões formada no trecho urbano da PR-412 a caminho do embarque do ferry boat, em Matinhos.| Foto: Reprodução / Matinhos Agora

Os motoristas que precisam fazer a travessia do ferry boat em Guaratuba estão encontrando longas filas e lentidão nos dois sentidos do embarque na manhã desta terça-feira (6). Há relatos de veículos aguardando por mais de 14 horas para cruzar a baía, por conta do movimento provocado pelo fluxo de motoristas usando o trajeto como via alternativa à BR-376, interditada há mais de uma semana por um desmoronamento.

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Um desses motoristas que está aguardando na longa fila é o catarinense Diogo da Rosa. Ele e a esposa saíram de Florianópolis na segunda-feira (5), por volta das 10h, rumo a São Paulo – a esposa de Diego começaria em um emprego novo nesta terça-feira.

Os dois seguiram pela Estrada da Serra da Dona Francisca (SC-418) como alternativa ao bloqueio na BR-376. Por volta das 20h, ao se aproximarem do topo da serra, eles tiveram que voltar. O tráfego no local foi interrompido porque chovia forte, e policiais rodoviários orientaram os motoristas a fazer o caminho de volta.

“Tentamos uma vaga em hotel nas proximidades, mas os caminhoneiros pegaram tudo. Por isso, resolvemos ficar no carro. Conseguimos comer alguma coisa, mas continuamos aqui, dentro do carro, desde ontem às 10 da manhã”, disse Rosa.

Casal passou a madrugada na fila, dentro do carro

O casal conseguiu chegar a Guaratuba por volta das 22h, e passou a madrugada esperando pelo avanço dos veículos. A opção pela travessia no ferry boat se deu porque, segundo Rosa, os policiais de SC disseram que não havia travessia de caminhões nas embarcações. Porém, 12 horas depois de terem chegado à fila, por volta das 10 da manhã de terça-feira, o carro tinha avançado pouco mais de três quilômetros. A fila era formada, em sua maioria, por caminhões.

“Nós já entramos em contato com a empresa para explicar o que aconteceu. A minha esposa ia começar no emprego novo hoje. Eles até entenderam a situação, mas nós temos que chegar a São Paulo o quanto antes”, disse o motorista.

Mais de duas horas para andar 200 metros

Procurado pela Gazeta do Povo, o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), responsável pela travessia do ferry boat na Baía de Guaratuba, confirmou, por meio da assessoria de imprensa, que por volta do meio-dia desta terça-feira a travessia no sentido Guaratuba - Matinhos estava levando cerca de duas horas. No caminho inverso, o tempo necessário para cruzar a baía era estimado em duas horas e meia.

O tempo, esclareceu o DER-PR, está sendo contado a partir do ponto de compra do bilhete de embarque, distante cerca de 200 metros do ancoradouro do lado de Guaratuba e 700 metros do lado de Matinhos. Até o meio-dia não havia estimativa oficial do DER-PR do tamanho das filas de veículos nos dois lados da Baía de Guaratuba.

Motoristas tentam "furar a fila" por dentro de Guaratuba

A partir do meio-dia e até às sete da noite o tráfego de caminhões com mais de três eixos ou com mais de 14 metros de comprimento é interrompido no ferry boat. Durante todo o dia, veículos de carga com peso bruto total de mais de 26 toneladas também são impedidos de cruzar a baía nas embarcações. Os caminhões estão sendo desviados da fila no cruzamento entre a Avenida 29 de Abril, trecho urbano da PR-412, com a Rua Dr. Xavier da Silva.

Para tentar driblar as longas filas, alguns motoristas estão tentando cortar o congestionamento trafegando por dentro de Guaratuba e acessando o trecho urbano da rodovia PR-412 já próximo ao ponto de embarque. A reportagem flagrou motoristas dirigindo na contramão em alguns pontos da cidade, como na Avenida Curitiba.

Um dos condutores que acabou cruzando por dentro da cidade é Tiago Oliveira. À Gazeta do Povo ele disse que saiu de Joinville por volta das 22h de segunda-feira e chegou a Guaratuba à 1h desta terça-feira. Ele disse ter se orientado pelo GPS, que automaticamente buscou vias menos congestionadas. “Eu fui indo pelo GPS, que me levou lá na ‘cara do gol’. Só que aí o policial me disse que não podia entrar direto lá, tinha que voltar para o fim da fila”, disse.

A Gazeta do Povo questionou a Polícia Militar do Paraná sobre a presença de policiais rodoviários no trecho. Em resposta, a corporação informou, por meio de nota, que “o Batalhão de Polícia Rodoviária está com policiais militares aplicados nos Postos Policiais de Coroados, Pontal do Paraná e Alexandra, realizando a orientação aos condutores de caminhões cujo peso ultrapasse o limite regulamentar, a fim de que utilizem rotas alternativas”.

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