As medidas de restrição e, principalmente, a queda no poder aquisitivo vão comprometer o potencial de consumo das famílias paranaenses, levando-o para patamares inferiores aos de 2015. O estudo IPC Maps 2020, da IPC Marketing, que há 25 anos calcula os índices de potencial de consumo nacional, com base em dados oficiais, prevê uma movimentação de R$ 292,157 bilhões para o ano no estado. Considerando a inflação do período, o valor é inferior aos R$ 313,5 bilhões (em valores corrigidos) movimentados em 2015.
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A projeção de consumo para o Paraná neste ano é menor até do que o valor nominal de 2019 (desconsiderando a inflação), quando foram movimentados R$ 298,1 bilhões (corrigidos pela inflação, foram R$ 310,3 bilhões). O consumo per capita, também em valores nominais, deve registrar queda no ano. Se, em 2019, cada paranaense residente no meio urbano gastou R$ 27,3 mil no ano, em média, a projeção para 2020 é de R$ 26,6 mil No meio rural, a previsão de consumo cai de R$ 17,6 mil para R$ 16,6 mil. Em 2015, cada paranaense residente em área urbana gastou, em média, R$ 22,5 mil, o que corresponderia a R$ 29,5 mil corrigidos para os valores atuais.
A situação paranaense, no entanto, é melhor do que a média nacional. Segundo o IPC Maps, o consumo da população brasileira neste ano deverá ficar equivalente aos patamares de 2010 e 2012. A projeção é uma movimentação total de cerca de R$ 4,465 trilhões na economia — um crescimento negativo de 5,39% em relação a 2019.
Segundo Marcos Pazzini, sócio da IPC Marketing e responsável pela pesquisa, esse crescimento negativo após a pandemia cria um efeito déjà-vu, já que a economia “retomará os índices dos últimos anos em que houve um progresso vigoroso”. O especialista ressalta que no início de março, antes desse cenário de pandemia e isolamento social, “a previsão do PIB para 2020, conforme o Boletim Focus do Banco Central, era de +2,17%, o que resultaria numa projeção do consumo brasileiro da ordem de R$ 4,9 trilhões, superando os R$ 4,7 trilhões obtidos no ano passado.”
Em comparação com o ano passado, o Paraná teve reduzido seu potencial de consumo nos itens alimentação no domicílio (de R$ 30,5 para R$ 22,7 bilhões); alimentação fora do domicílio (de R$ 11 bilhões para R$ 10,5 bilhões); habitação (de R$ 70 bilhões para R$ 62,6 bilhões); e material de construção (de R$ 19,3 bilhões para R$ 8,5 bilhões).
Ascensão da Classe C
O Estudo também mostra queda no número de famílias de classe A no estado. No ano passado, o Paraná tinha 93.888 famílias em situação socioeconômica classificada como classe A pelos critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que representava 2,7% da população do estado residente em área urbana. Neste ano, são 84.211 nesta situação (2,4%).
A classe B teve aumento no número absoluto de famílias, de 862.879 para 863.720, mas teve leve queda em sua proporcionalidade em relação à população total (de 24,8% para 24,6%). Também diminuiu o número de famílias nas classes D e E: de 715.655 (20,6%) para 708.702 (20,2%).
A classe C segue abrangendo mais do que a metade de toda a população do estado. Hoje, são 1.849.918 famílias nesta condição (52,8%), 40 mil famílias a mais do que no ano passado.
No consumo total, no entanto, é a classe B que lidera. Mesmo com 1 milhão de famílias a menos do que a classe C, as 863 mil famílias enquadradas nesta situação têm potencial de consumo de R$ 119,7 bilhões, ante R$ 93,3 bilhões da classe C. As famílias da classe A tendem a consumir R$ 34,9 bilhões, e as da D e E, R$ 19,1 bilhões.
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