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Escritórios de engenharia das universidades vão atender prefeituras.
O objetivo é ajudar municípios com menos de 30 mil habitantes que têm dificuldade para obter recursos devido à falta de projetos.| Foto: Divulgação/Projetek

Até janeiro de 2023, sete universidades estaduais do Paraná terão escritórios de engenharia, arquitetura e urbanismo para atender gratuitamente pequenas prefeituras e trazer a vivência de um ambiente de trabalho real para estudantes da área. A iniciativa é do governo estadual em parceria com o Paranacidade — serviço vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (Sedu) — e com as associações dos municípios, recebendo investimento total de quase R$ 3 milhões.

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Chamada de Projetek, a ideia foi implantada inicialmente na Universidade Estadual de Londrina (UEL) em maio deste ano e agora será ampliada para as outras seis universidades estaduais do Paraná: Unespar, UEM, UEPG, Unioeste, Unicentro e UENP. “Assinaremos os contratos para repasse de recursos ainda neste mês e acreditamos que até o fim do ano os escritórios estejam prontos”, adianta o doutor em Engenharia civil Marcos Aurélio Pelegrina.

Coordenador da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti-PR), ele explica que a maioria das instituições precisará apenas da compra de equipamentos, contratação de profissionais e treinamento. Com isso, a expectativa é de que os municípios comecem a enviar demandas já nos próximos meses para que a execução dos projetos comece até janeiro de 2023. “Lembrando que o objetivo é atender cidades com menos de 30 mil habitantes que não tenham um setor para isso na prefeitura”, informa.

De acordo com o professor e coordenador do Projetek da UEL, Aron Lopes Petrucci, foi essa necessidade que deu início à proposta, pois a própria universidade não conseguia desenvolver seus projetos arquitetônicos e estruturais com facilidade. “Há quem imagine que alunos do curso de engenharia possam fazer todos os projetos que a instituição precisa, mas isso não existe”, relata o professor, ao explicar que os projetos geralmente são complexos e não estão em sincronia com as disciplinas. “E, se dentro da própria universidade era assim, ficamos imaginando como seria a situação nos pequenos municípios à nossa volta”.

Diante desse questionamento, a UEL procurou as prefeituras da região e percebeu que a maioria dos municípios com até 30 mil habitantes não tem condições de manter uma equipe técnica e nem de arcar com valores cobrados por empresas terceirizadas. “Então, sem dinheiro para desenvolver os projetos, essas cidades não conseguem solicitar verbas federais para obras que precisam, continuam sem recursos e isso se torna um ciclo vicioso”, lamenta Petrucci.

Por isso, surgiu a ideia de implantar um escritório de engenharia dentro do ambiente universitário para atender essas localidades. A proposta foi apresentada ao governo estadual, recebeu apoio da Seti-PR e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PR), e conseguiu liberação de R$ 630 mil em julho de 2021 para investimento em infraestrutura predial, mobiliário, equipamentos e aquisição de softwares. “E o primeiro Projetek foi inaugurado dia 27 de maio deste ano”, comemora o coordenador.

Segundo ele, o ambiente funciona como uma empresa real e tem o objetivo de realizar projetos arquitetônicos, estruturais, elétricos, hidrossanitários e de prevenção contra incêndio e pânico para empreendimentos públicos como creches, escolas, postos de saúde, ruas e avenidas.

E todo o trabalho é realizado por alunos orientados por profissionais já graduados. “Contratamos recém-formados e temos alunos bolsistas de pesquisa e extensão que atuam de acordo com seu nível de conhecimento”, cita o professor, ao explicar que os estudantes podem integrar a equipe desde o primeiro ano de curso. “Eles ficam com desenho e planilhas, enquanto alunos de anos mais avançados fazem cálculos estruturais, de tubulação, instalação elétrica e outros com a ajuda dos profissionais formados”.

Além dessa possibilidade de colocar em prática o que aprendem em sala de aula, o coordenador do Projetek garante que os envolvidos têm acesso à realidade do mercado de trabalho. “Gosto de falar que, da porta para dentro, eles não estão mais na universidade, mas em um escritório de projetos com metas, prazos e uma cultura organizacional”, comenta. “E esse é o principal benefício para eles porque aprendem a ter compromisso profissional”.

Método de trabalho dos escritórios de engenharia

Os primeiros projetos já estão em andamento. Segundo o coordenador da Seti-PR, Marcos Aurélio Pelegrina, diversos municípios interessados em solicitar projetos entraram em contato com o Paranacidade ou com a Associação de Municípios do Médio Paranapanema (Amepar) e dois deles foram selecionados: Lupionópolis, com população de 4.500 habitantes, e Cafeara, com cerca de 3 mil moradores.

A expectativa é de que novos projetos sejam selecionados em breve e que outros sejam executados pelas demais universidades do estado a partir de 2023. Até lá, informações a respeito do Projetek podem ser obtidas com a UEL pelo telefone (43) 3371-4505 ou com o escritório regional do Paranacidade em Londrina, pelo número (43) 3372-3300.

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