O então candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro (de camiseta amarela), foi esfaqueado durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo| Foto: ESTADÃO CONTEÚDO

O procurador do Ministério Público Federal em Juiz de Fora (MG) Marcelo Medina entregou parecer à Justiça Federal, nesta terça-feira (9), sobre a sanidade mental de Adélio Bispo de Oliveira, acusado de tentativa de homicídio contra o presidente Jair Bolsonaro.

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Segundo informações obtidas pela GloboNews, Medina concluiu em seu relatório que Bispo é semi-imputável, ou seja, que pode ser punido criminalmente pela facada que desferiu contra o então candidato a presidente, mas com redução de pena devido a transtornos mentais apontados em laudos médicos.

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O documento é mantido sob sigilo e o procurador não fala sobre o teor. A GloboNews apurou que o parecer levou em conta sete laudos e pareceres feitos por médicos a pedido do MPF, da Justiça e da própria defesa. Os exames teriam demonstrado que a capacidade de entendimento de Bispo sobre o crime que cometeu é reduzida ou até mesmo nula.

Investigadores responsáveis pelo caso, no entanto, disseram que há várias divergências nos laudos sobre o estado mental de Bispo. As conclusões apontadas pela Promotoria vão embasar a decisão do juiz Bruno Savino , da 3ª Vara da Justiça Federal em Juiz de Fora, sobre a punição do agressor de Bolsonaro.

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Bispo atingiu Bolsonaro com uma facada no abdômen, em setembro do ano passado, durante evento de campanha em Juiz de Fora. O presidenciável ficou entre a vida e a morte, mas conseguiu se recuperar graças ao pronto atendimento dos seguranças e médicos que o atenderam.

Bolsonaro passar por três cirurgias em decorrência do ataque, sendo a última em janeiro deste ano, para retirada da bolsa de colostomia que o acompanhou por quatro meses.

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Prisão e processo

Adélio Bispo está preso desde o dia do crime e atualmente aguarda julgamento na penitenciária federal de Campo Grande (MS).

Ele é réu pelo crime de atentado pessoal por inconformismo político, previsto na Lei de Segurança Nacional. Esse crime é punível com reclusão de 3 a 10 anos de reclusão, podendo a pena ser aumentada até o dobro nesse caso, em razão da lesão corporal grave contra o presidente.

O processo de Adélio está na fase final. A partir de agora, as defesas do presidente e de Bispo devem se pronunciar sobre as conclusões do Ministério Público Federal.

Segundo o advogado de Adélio, Zanone Manuel de Oliveira Júnior, caso a Justiça acate o posicionamento da Procuradoria, a pena de seu cliente pode ser reduzida de dez para dois anos de prisão.

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Zanone afirmou que o MPF entendeu "o posicionamento que a defesa adotou desde o início do processo". À reportagem, ele afirmou, no entanto, que a intenção da defesa não é colocá-lo em liberdade imediatamente. "Ele (Adélio) precisa de tratamento psiquiátrico", afirmou.