O Brasil é o terceiro país do mundo mais afetado pela Covid-19 quando são levados em conta os números de casos.| Foto: Michael DANTAS / AFP
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O governo do Amazonas orientou uma prefeitura a abrir valas para enterrar seus mortos por não ter previsão de chegada de cilindros de oxigênio em nenhuma cidade do interior. A orientação é citada pelo Ministério Público Estadual, que entrou com uma ação civil pública neste sábado (16) para obrigar o estado a enviar oxigênio para o município de Itacoatira, a 269 quilômetros de Manaus.

"Se o Estado não enviar o oxigênio ao hospital local de Itacoatiara-AM em quantidade suficiente, como já comprovado, teremos a morte de pelo menos 77 pessoas simultaneamente por insuficiência respiratória, devido à falta do material", afirmou o juiz Rafael Almeida Cró Brito. O prazo é de 12 horas e a multa é de R$ 20 mil por hora de descumprimento.

Segundo o MP, o secretário de Interior da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (Susam), Cássio Espírito Santo, chegou a oferecer câmeras frigoríficas ao prefeito da cidade, Mario Jorge Abrahim, orientando a abrir valas no cemitério local, uma vez que não há previsão para o fornecimento de oxigênio para o município. Dos 63 municípios do interior apenas 11 têm hospitais, os outros só contam com postos de saúde. Nenhum dos hospitais do interior tem leito de Unidade de Terapita Intensiva (UTI).

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Após o adiamento da viagem até a Índia para buscar as vacinas de Oxford, o avião da Azul, que estava em Recife (PE), viajou para Campinas (SP) para ser carregado com cilindros de oxigênio que serão transportados para Manaus neste sábado (16). O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, afirmou que caminhões carregados com oxigênio devem chegar a Manaus no domingo (17).

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]