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Após propor a neutralidade do PSD nas eleições, Kassab sinalizou que poderá apoiar o governo de Lula.| Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, afirmou nesta segunda-feira (7) que sempre defendeu o fim do chamado “orçamento secreto” e que apoiará o presidente eleito Lula (PT) em uma eventual ação para mudar o modelo de funcionamento das emendas de relator. As declarações foram feitas durante entrevista para a Jovem Pan News.

“Posso afirmar que tenho dito, em caráter pessoal, que acho que pertence ao Executivo as iniciativas das emendas. Eu sempre fui um crítico de emendas vindas do Legislativo, sejam impositivas, ou não. Acredito que o parlamentar que é oposição, cabe a ele fiscalizar, denunciar e usar a tribuna para propor alternativas”, disse Kassab.

“E o parlamentar que é governo, cabe a ele procurar o governo e propor iniciativas, investimentos e programas que serão potencialmente aceitos pelo governo. Eu tenho uma posição pessoal. Eu imagino que ele (Lula) vai acabar (com o orçamento secreto) pelas suas declarações públicas. Ou vai tentar acabar. E se tentar acabar, vai contar, do ponto de vista pessoal, com o meu apoio”, afirmou o dirigente partidário.

Após propor a neutralidade do PSD nas eleições, Kassab sinalizou que poderá apoiar o governo de Lula. Negociações internas e espaço na futura administração ainda estão em discussão. Uma das exigências será o apoio do novo governo para a recondução de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) à presidência do Senado. Segundo Kassab, apesar da composição do novo Congresso, o governo petista terá condições de articular a maioria dos parlamentares na Câmara dos Deputados.

“O presidente Lula chega com 150 deputados da sua base e deputados bastante ligados. Com uma tendência muito grande de ter o MDB e o PSD alinhados, por conta de ter esses dois partidos na campanha. Uma expressiva maioria do partido trabalhando por ele. Isso significa que ele poderá constituir rapidamente uma base de 250 deputados. Me parece que está iniciando conversa com outros partidos, que lhe darão uma folga razoável para poder dar os primeiros passo”, disse.