A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi impedida de discursar em uma manifestação contra o aborto na Avenida Paulista, em São Paulo, nesta quinta (12). A proibição ocorreu durante o evento promovido pelo movimento “Nas Ruas”, que ela própria ajudou a criar, e que também teve protestos em outros estados, como Ceará, Sergipe e Espírito Santo.
Carla Zambelli relatou que se aproximou do caminhão de som, como faz normalmente em eventos similares, mas um segurança impediu sua passagem. O atual líder do movimento, o deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos), também estava no local.
Ao questionar o motivo da proibição, Zambelli afirmou que sempre sobe no caminhão, mas que “dessa vez não deixaram, sem dar explicação. Tem que perguntar para o Tomé”. Porém, o deputado estadual preferiu não se manifestar sobre o ocorrido.
Tomé não respondeu sobre a proibição de Carla Zamelli, apenas manteve o discurso no caminhão em que disse que o protesto não era para “atacar o Supremo Tribunal Federal, para atacar uma pessoa física, mas sim para que a gente faça cumprir a nossa Constituição. E a nossa Constituição é clara: são deputados e senadores que representam o voto de cada um de vocês nessas pautas”.
Segundo apuração da Folha de São Paulo, fontes ligadas à organização do evento disseram que a proibição pode ter ocorrido devido ao fato de Carla Zambelli estar sob investigação em um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).
Apesar de ter sido barrada, Carla Zambelli alegou que a manifestação reforçou sua popularidade e que ficou “onde sempre gosto de estar: junto do povo, na chuva e recebendo sua benção”.
“Com vocês e meu irmão Bruno Zambelli na Avenida Paulista. Conta o aborto e contra as drogas. Também em protesto contra o terrorismo e pró Israel. Nosso Brasil não será palco para a cultura do terror e da morte disseminadas e apoiadas pela esquerda”, afirmou a deputada nas redes sociais.
A manifestação contou com a presença de algumas centenas de pessoas, e a baixa adesão foi atribuída à chuva e a uma manifestação surpresa de metroviários.
Em 29 de setembro, um dia após assumir a presidência do Supremo, Barroso afirmou que o debate sobre a descriminalização do aborto não estava “maduro” e defendeu que o tema também seja discutido pelo Poder Legislativo.
Apesar da movimentação, a mobilização dos parlamentares conservadores por conta do voto de Rosa Weber já havia se iniciado e somou-se a outras questões: como a derrubada do Marco Temporal e a possibilidade de descriminalização do porte de maconha pela Corte.
Nos bastidores do Congresso, a expectativa é o que novo presidente do Supremo evite colocar o aborto em pauta por um bom tempo para não gerar mais atrito com a cúpula do Senado. Entretanto, o movimento para tentar conter as interferências do STF no Legislativo é visto como consenso entre parlamentares governistas e de oposição.
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