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O Senado Federal não terá sessões com votações no plenário na próxima semana, devido ao feriado da Paixão de Cristo e da Páscoa. A informação foi confirmada pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), nesta quinta-feira (10), durante a reunião de líderes partidários.
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Na agenda oficial disponível no site do Senado, constam apenas sessões não deliberativas — destinadas a discursos dos senadores. Como não há votações, a participação não é obrigatória, e eventuais ausências não resultam em desconto salarial.
Além disso, nenhuma comissão legislativa do Senado tem reuniões marcadas para a próxima semana. A única exceção é a Comissão de Segurança Pública, presidida pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que agendou uma reunião extraordinária para a terça-feira (15).
Segundo alguns líderes presentes à reunião, foi sugerida a possibilidade de realizar uma sessão deliberativa remota — de forma virtual — para votar projetos de menor controvérsia. No entanto, não houve acordo para a proposta.
À Gazeta do Povo, o líder do Novo no Senado, Eduardo Girão (CE), criticou a suspensão das atividades deliberativas, mesmo reconhecendo que se trata de uma semana atípica. Para ele, a falta de sessões deliberativas dificulta os discursos na tribuna e a votação de projetos necessários para a sociedade.
"Foi uma decisão do colegiado e o presidente puxou isso, então as votações vão se concentrar nas outras semanas. Pelo menos, evitamos de votar algo ruim, já que alguns projetos que estão sendo votados não atendem tanto o anseio da população, e infelizmente, o Senado sempre está se rebaixando ao STF e ao governo Lula", declarou Girão.
A Câmara dos Deputados também seguirá o mesmo ritmo: não há votações previstas para a próxima semana, apenas algumas reuniões deliberativas nas comissões permanentes.
Votações em ritmo lento no Senado
Desde que Davi Alcolumbre assumiu a presidência do Senado em fevereiro, a Casa tem funcionado em um ritmo discreto em 2025. Os senadores têm se concentrado em pautas com amplo consenso, muitas delas fora das prioridades do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Entre as poucas iniciativas de maior impacto, destaca-se o projeto que autorizou o governo a adotar medidas de reciprocidade em tarifas comerciais com outros países — uma reação direta ao aumento de tarifas imposto pelos Estados Unidos sob o comando do presidente Donald Trump (Republicano).
Também foram aprovadas duas medidas provisórias (MPs) que destinam quase R$ 6,8 bilhões para o enfrentamento às enchentes de 2024, no Rio Grande do Sul, além do projeto o projeto que autoriza a quitação de restos a pagar acumulados desde 2019..
Enquanto isso, propostas consideradas estratégicas continuam estagnadas, sem previsão de avanço. Um exemplo é o projeto que busca estabelecer um teto para os chamados supersalários no funcionalismo público, de relatoria do senador Eduardo Gomes (PL-TO). A proposta ainda aguarda a apresentação de seu parecer e precisa passar pela Comissão de Constituição e Justiça antes de ser analisada em plenário.
Até o momento, não há previsão para que Gomes entregue o relatório. O presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA), afirmou que só colocará o texto em pauta quando o documento estiver pronto.