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Ricardo Capelli
Como ministro interino, secretário executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, garante manter a segurança de uma “celebração democrática” no primeiro aniversário do 8 de janeiro.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

O governo está monitorando as convocações de grupos opositores para protestos pelo país em 8 de janeiro, quando se completa um ano dos atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes. O secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, afirmou que o Ministério da Justiça identificou chamadas nesse sentido nas redes sociais, mas sem grandes adesões. Em entrevista para a Folha de São Paulo e publicada neste sábado (30), ele afirmou que os sinais vêm de todos os estados, “mesmo após toda a gravidade do que ocorreu e da consequência, com a prisão de pessoas”. Ele acrescentou não ter visto “nada de consistente”, mas recomenda uma "adequada cautela".

Segundo Alencar, a maior preocupação do governo é com Brasília, onde será realizada no mesmo dia um evento institucional no Senado, com a presença dos chefes dos Três Poderes, governadores e outras autoridades, chamados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para marcar o aniversário da data. Além do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também deve estar presente o ministro Luís Roberto Barroso, que comanda o Supremo Tribunal Federal (STF). Ao todo, o STF já condenou, em julgamentos presenciais e virtuais, 30 pessoas por envolvimento com os atos, com penas que vão de três a 17 anos de prisão. Todos foram condenados ainda a pagar multa coletiva de R$ 30 milhões.

Também à Folha, Sandro Avelar, secretário de Segurança do Distrito Federal, alertou para “grandes movimentos programados”. Ele prometeu o reforço do policiamento e avisou que haverá o fechamento da Esplanada dos Ministérios se for necessário. “Estamos nos antecipando, envolvendo as corporações distritais e federais, com troca de informações de inteligência e planejamento operacional conjunto”, explicou. Segundo ele, embora não existam “indicativos de manifestações com grande volume de pessoas”, cada polícia envolvida na operação assinará no próximo dia 4 um termo de compromisso que lista suas respectivas responsabilidades na segurança do 8 de janeiro. A segurança dos locais será feita pela Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).

Na terça-feira (26), o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, avisou que não se trata de repressão às livres manifestações, mas apenas controle prévio sobre “eventuais ameaças e ataques às instituições democráticas”. Após reunir-se com os chefes da segurança dos três poderes para organizar o esquema de segurança do evento no Senado, de iniciativa de Lula, o ministro interino prometeu “ato histórico” e uma “celebração democrática”. “Estou convidando todos os governadores, porque vamos fazer um ato aqui em Brasília para lembrar o povo que tentou se dar golpe dia 8 de Janeiro e que ele foi debelado”, disse Lula no começo de dezembro, durante um evento no Palácio do Planalto.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), já avisou ao Palácio do Planalto que estará de férias em Miami, nos Estados Unidos, até 15 de janeiro, e, por isso, não irá comparecer ao evento no Senado. Também alegando viagem de descanso e compromissos pré-agendados, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também estará ausente. Ele está na Europa e volta ao Brasil somente em 9 de janeiro. Ele também não será representado pelo vice-governador, Felício Ramuth (PSD), que estará em viagem à China. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), também não confirmou presença. Como impedimento, os governadores de Santa Catarina, Jorginho Melo (PL), e do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), alegaram “compromissos previamente marcados”.

Deputada presta solidariedade aos "presos injustiçados" do 8/1

Em suas redes sociais, a deputada Júlia Zanatta (PL-C) dedicou a mensagem de Natal aos “presos injustiçados em decorrência do 8 de janeiro”, em especial ao empresário Clériston Cunha, o Clezão, morto na prisão sem ter passagem pela polícia e após laudos médicos comprovarem necessidade de soltura imediata. “Mesmo com o parecer favorável do Ministério Público, ele morreu aguardando despacho do STF”, disse. “Também dedico ao Silvinei Vasquez, policial rodoviário federal exemplar, que segue preso sem explicações plausíveis, e à Darisa Maia, de Joinville (SC), que chegou a Brasília em 8 de janeiro à noite e foi encarcerada de forma humilhante junto com outras centenas de mulheres, libertada só meses depois com tornozeleira eletrônica e impedida de falar sobre o caso”, finalizou.

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