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Ricardo Cappelli
Secretário-executivo do MJ, Ricardo Cappelli, afirma que PF compartilhou com polícia carioca um mapeamento de líderes do tráfico.| Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, afirmou na manhã desta sexta (6) que a Polícia Federal tem um mapeamento de líderes de organizações criminosas que está sendo compartilhado com as autoridades cariocas para solucionar a morte de três médicos no Rio de Janeiro, na quinta (5). Uma das vítimas é Diego Ralf Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

A informação foi dada horas depois da polícia encontrar dois corpos de traficantes suspeitos de serem autores dos disparos contra os médicos, seguindo uma linha de investigação de que os profissionais foram mortos por engano em uma briga entre uma facção criminosa e milicianos que atuam na Zona Oeste da capital fluminense.

“A Polícia Federal, desde ontem [quinta, 5], de manhã, acompanha e colabora com a Polícia Civil do Rio de Janeiro com informações de inteligência, compartilhando informações dos seus bancos de dados onde existem mapeamento de líderes e de organizações criminosas do Rio”, disse em entrevista à GloboNews.

Cappelli não quis comentar o andamento das investigações, mas afirmou que o inquérito está em curso e que “o mais prudentes é a gente não falar” para que “não atrapalhe as investigações”. O secretário disse que a polícia da cidade está fazendo um “trabalho técnico” e que confia na cooperação entre a Polícia Civil e a PF.

Ainda sobre os corpos de traficantes encontrados pela polícia, Cappelli afirmou que “não tem cabimento que organizações criminosas cometem crimes e elas mesmas resolvam esse crime”.

“O Brasil possui leis e regras, tem um estado de direito que precisa e será respeitado. [...] Então a PF acompanha e colabora com as investigações e esperamos elucidar o mais breve possível”, pontuou.

Reforço na segurança do Rio

O secretário-executivo do Ministério da Justiça terá uma reunião com o governador fluminense, Cláudio Castro (PL-RJ) ainda nesta sexta (6) e adiantou que será anunciado um reforço na segurança de estruturas estratégicas da cidade. A Polícia Federal será reforçada nos portos e aeroportos e a Polícia Rodoviária Federal nos principais entroncamentos e rodovias federais, na chamada “Operação Maré”, em referência ao complexo de comunidades que fica nas proximidades do porto da cidade e do Aeroporto Internacional do Galeão.

Cappelli afirmou que o setor de inteligência também será reforçado no Rio de Janeiro, com a atuação da diretoria da Secretaria Nacional de Segurança Pública. De acordo com ele, é a materialização do SUSP, o Sistema Único de Segurança Pública, que começou a ser desenvolvido após quatro anos da aprovação da lei.

“Vamos retomar uma experiência exitosa já liderada pela Polícia Federal na época do ex-secretário de segurança Mariano Beltrame, a Operação Suporte, para a realização de grandes eventos [Copa de 2014 e Olimpíada de 2016], com ampliação de investimentos, analistas, efetivo e equipamentos que depois desaguaram nas UPPs [Unidades de Polícia Pacificadora”, ressaltou Ricardo Cappelli.

Por outro lado, Cappelli afirma que suspendeu o envio da Força Nacional de Segurança ao Rio de Janeiro, anunciada na última segunda (2) por Flávio Dino, após dois questionamentos do Ministério Público Federal do estado. O motivo são dois mecanismos que cobram uma solução para reduzir a letalidade policial durante as ações nas comunidades.

A suspensão foi confirmada pelo ministério na última quarta (4), mas Cappelli diz que as ações de reforço no policiamento continuam em vigor. “Vamos nos reunir com o MPF e com organizações sociais que operam no Complexo da Maré para que tudo seja feito de acordo com a lei, respeitando a ADPF vigente e articulando com o Ministério Público, com a sociedade civil e com o governo. Não vamos fazer nada de forma unilateral e atabalhoada”, pontuou o secretário.

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