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O presidente da República, Jair Bolsonaro, quer abertura de processo contra os ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.| Foto: AFP

Parlamentares aliados e opositores de Jair Bolsonaro se manifestaram nas redes sociais após ele afirmar, neste sábado (14), que buscará a abertura de processo contra os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Pelo Twitter, neste sábado (14), Bolsonaro disse que levará o pedido de instauração de processo no Senado contra os dois magistrados ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). A declaração ocorre um dia depois de Moraes ter decretado a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson, atual presidente nacional do PTB, pela suposta participação em uma organização digital criada para realizar ataques à democracia.

“Todos sabem das consequências, internas e externas, de uma ruptura institucional, a qual não provocamos ou desejamos. De há muito, os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, extrapolam com atos os limites constitucionais”, disse Bolsonaro via Twitter.

Confira como os parlamentares reagiram:

Governistas acusam Senado de passividade e parabenizam Bolsonaro

Parlamentares governistas reagiram à fala de Bolsonaro parabenizando o presidente e criticando a inércia do Senado em relação à atuação dos ministros do Supremo.

“Aí sim, Presidente! Não é possível que senadores assistam e aceitem passivamente todos esses atos inconstitucionais e ataques às instituições e não façam nada. Parabéns por sua postura!”, disse o deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ).

“O Senado está na obrigação de tomar medidas contra as arbitrariedades de alguns Ministros do STF, como Alexandre Moraes, ou então terá credibilidade ZERO!”, afirmou o deputado Bibo Nunes (PSL-RS).

Já o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, explicou que a base do pedido são as “contínuas violações de liberdades, como a de expressão”.

Os deputados Junio Amaral e Alê Silva, ambos do PSL de Minas Gerais, destacaram que enxergam na declaração do presidente uma defesa da Constituição. “Ruptura institucional é tudo que o os nossos inimigos querem. Agindo dentro da legislação (pode não ser a melhor, mas é o que temos) o senhor mostra que não está inerte a toda essa crise. Entrega lá e deixa o resto com a gente”, afirmou Alê Silva.

Já Amaral disse que Bolsonaro está demandando “apenas o cumprimento da constituição, pela verdadeira independência dos poderes e a garantia das nossas liberdades”.

Opositores falam em autoritarismo e cortina de fumaça

Parlamentares opositores de Jair Bolsonaro classificaram a declaração de Bolsonaro como autoritária e disseram se tratar de “cortina de fumaça” para os problemas do governo.

“Ministros do STF podem e devem ser investigados por fatos concretos, mas o tal pedido de impeachment que Bolsonaro pretende apresentar contra Barroso e Moraes é só mais uma cortina de fumaça para tentar esconder o mar de crimes comuns e de responsabilidade que o próprio PR cometeu”, afirmou o senador Alessandro Vieira (Cidadania-CE).

“Depois do desfile fracassado dos tanques na esplanada, agora Bolsonaro quer o impeachment dos ministros do STF. A criatividade para cortina de fumaças não tem limites. E, mais uma vez, quem extrapola os limites constitucionais é o presidente”, disse Tabata Amaral (PDT-SP).

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ) fizeram críticas parecidas, usando a pandemia como pano de fundo. “Quando não está protegendo ladrão de vacina, Bolsonaro está ameaçando a Constituição. Nem parece que é o presidente de um país com quase 570 mil mortos e 15 milhões de desempregados. Vai trabalhar, vagabundo!”, disse Freixo.

“Ao invés de arroubos autoritários, que serão repelidos pela democracia, vá pegar no serviço! Estamos com 14 milhões de desempregados, 19 milhões de famintos, preço absurdo da gasolina, da comida. E o povo continua morrendo de COVID-19! VAI TRABALHAR!”, criticou Randolfe.

O deputado Rodrigo Maia (sem partido), ex-presidente da Câmara, acusou Bolsonaro de populismo e disse que ele é “um ditador igual a Chávez”. Já Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da oposição na Câmara, disse que Bolsonaro “tenta enfraquecer a democracia para levar adiante seu projeto autoritário”. “Quem extrapola os limites institucionais é você, Bolsonaro”, acrescentou.

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