Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
"Sobras eleitorais"

STF forma maioria para rejeitar recurso de Motta contra troca de sete deputados

STF forma maioria para rejeitar recurso de Motta contra troca de sete deputados
Motta pediu ao STF o adiamento da troca de deputados após mudança no cálculo das “sobras eleitorais”. Sete parlamentares foram substituídos. (Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados)

Ouça este conteúdo

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta segunda-feira (23) para rejeitar o recurso da Câmara dos Deputados contra a decisão que levou a troca de sete parlamentares após a mudança do cálculo das “sobras eleitorais”, vagas não preenchidas nas eleições proporcionais.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pediu ao STF para que a mudança só fosse aplicada a partir das eleições de 2026. No entanto, o ministro Flávio Dino, relator do caso, determinou que Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fizesse a retotalização dos votos no mês passado.

A medida foi acatada pela presidente da Corte eleitoral, Cármen Lúcia, no último dia 3. Na ocasião, o recurso da Câmara ainda não havia sido analisado. O tema é discutido nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 7228 e 7263. Ao analisar o recurso, Dino votou pela manutenção da decisão e foi acompanhado pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Dias Toffoli.

VEJA TAMBÉM:

“Em suma: os embargantes renovam os mesmos fundamentos já apreciados e refutados — articulada e detalhadamente — no julgamento anterior, veiculando nos segundos embargos de declaração mera reiteração da mesma pretensão deduzida nos primeiros aclaratórios”, escreveu o relator.

O julgamento ocorre no plenário virtual e está previsto para terminar nesta terça-feira (24). Os ministros Luiz Fux, Nunes Marques, André Mendonça, Gilmar Mendes e o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, ainda não votaram.

Entenda o caso

As sobras são as vagas que restam depois da divisão pelo quociente eleitoral, índice calculado a partir da divisão dos votos válidos de um estado pelas vagas disponíveis para a Casa disputada. A regra em vigor desde 2021 previa que somente participariam da divisão os partidos que atingissem pelo menos 80% do quociente eleitoral e os candidatos que atingissem 20%.

A lei estabelecia que mesmo as vagas distribuídas na terceira fase, as chamadas “sobras das sobras”, deveriam contemplar partidos com 80% do quociente eleitoral. Antes das alterações de 2021, todos os partidos podiam disputar as sobras eleitorais.

Em fevereiro de 2024, o plenário do STF invalidou essa regra e determinou que todos os partidos devem participar do rateio. Na ocasião, a Corte decidiu que essas mudanças seriam aplicadas somente a partir das eleições de 2024, sem afetar os resultados de 2022.

No entanto, em março deste ano, os ministros analisaram recursos sobre a decisão e decidiram que a alteração deve valer a partir das eleições de 2022. No último dia 20, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), recorreu e pediu ao Supremo que a decisão passe a valer só a partir de 2026. O recurso ainda não foi analisado.

Deputados eleitos após a retotalização de votos

Com a mudança no cálculo, cinco deputados do Amapá perderam os cargos: Sonize Barbosa (PL), Maria Goreth (PDT), José Augusto Pupio (MDB) e Silvia Waiãpi (PL). Foram eleitos:

  • André Abdon (PP);
  • Aline Gurgel (Republicanos);
  • Marcivânia Flexa (PCdoB);
  • Paulo Lemos (PSOL).

O Tribunal Regional Eleitoral de Tocantins (TRE-TO) concluiu a retotalização e o deputado federal Lázaro Botelho (PP) deixou o mandato para ser substituído por Tiago Dimas (Podemos). Já o TRE de Rondônia determinou a substituição de Lebrão (União-RO) por Rafael Bento (Podemos-RO).

No Distrito Federal, o secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria, Rodrigo Rollemberg (PSB), deixou o cargo no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços para assumir a vaga de Gilvan Máximo (Republicanos-DF).

VEJA TAMBÉM:

Use este espaço apenas para a comunicação de erros