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A dura vida de um jornalista da Folha
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Existem poucas profissões que exigem tanto quanto a de jornalista. Treinado para deixar complemente de fora sua própria visão de mundo na hora de buscar a verdade, de colher os fatos relevantes e de divulgar a notícia, o jornalista precisa exercer enorme autocontrole para treinar tal imparcialidade. E os jornalistas da Folha de SP, o maior jornal do país, talvez representem o ápice dessa conquista.

Não se sabe de um só episódio em que um viés ideológico possa ser apontado. Seus jornalistas e comentaristas acordam bem cedo já pensando em qual fato realmente interessa ao público, colocando sempre o interesse nacional acima de qualquer outro objetivo mais pessoal ou mesquinho. Hoje mesmo tivemos dois ótimos exemplos.

Mônica Bergamo, conhecida por evitar ao máximo fofocas insignificantes ou "notícias" plantadas pela extrema esquerda, foi além do papel de jornalista para demonstrar todos os seus dons de detetive, fazendo Sherlock Holmes parecer um amador. Mirando somente na busca da verdade objetiva, ela conclui que o Presidente Bolsonaro, que reclamou em público com o senador e cujo filho chegou a entrar com pedido de quebra de decoro no Conselho de Ética do Senado, combinou a conversa com Kajuru, e utilizou as técnicas mais avançadas que vemos na série CSI para tanto:

Elementar, meu caro Watson! Como ficaria o Brasil sem jornalistas tão atentos e imparciais? Já sua colega da coluna Painel S.A., Joana Cunha, conseguiu se superar e, após certamente muita pesquisa, filtrar aquilo que de mais importante havia no país para deixar seus leitores bem informados e preparados para decisões importantes:

Reparem que ela fez o bom trabalho de jornalismo, escutando fontes, correndo atrás de especialistas, ouvindo diversas opiniões para retratar de forma fiel os fatos. Não há profissão que exija tanto quanto essa. Podemos pensar em similares, como a própria medicina, mas mais desafiadora não há.

Quer outro exemplo? Pedro Doria, do Globo, que se diz liberal, tem tanto compromisso com o jornalismo sério que abandonou até o seu viés liberal para aplaudir a censura do Twitter ao deputado Eduardo Bolsonaro, por concluir objetivamente que isso é o mais importante para o país nesse momento.

Doria deixou de lado qualquer filtro pessoal ou mesmo valores liberais por entender que a equipe de cabelo roxo do "barba de bode" sabe o que é ciência, e não pode permitir desinformação por aí. A rede de Jack Dorsey baniu até o então presidente Trump, o que foi aplaudido por esses jornalistas, que rechaçam ideologia e só demonstram preocupação com o mundo.

O fato de se tratar, supostamente, de uma plataforma neutra que não deveria interferir dessa forma nos comentários, de acordo com sua própria regulação, não vem ao caso aqui, pois nossos jornalistas são capazes até de superar esses obstáculos "bobos", esse "detalhe", para priorizar o que realmente interessa: banir Fake News, desinformação, negacionismo fascista dos debates.

E o mais incrível é que fazem isso com total espírito público e sem deixar sua própria visão de mundo influenciar qualquer coisa que seja. Alguns bolsonarisatas afirmam que são militantes disfarçados de jornalistas, com claro viés ideológico. Dizem ainda que toda a narrativa deles depende do verniz de imparcialidade e objetividade, que mascararia a militância partidária. Outra Fake News, claro! Todos percebem o foco na verdade, apenas na verdade.

Por isso convidam para entrevistas pensadores importantes do debate político nacional como Felipe Neto, que esses detratores bolsonaristas insistem em chamar de imitador de focas (e qual o problema de imitar foca, aliás?). Ora, se até o Barroso quer escutar Neto sobre política, claro que suas opiniões são embasadas. Eis uma comprovação científica. Ele tem lido bastante, inclusive, para ser especialista em tantas áreas.

Outro caso: quando o Procurador-Geral da República Augusto Aras fez uma "live" com advogados ligados ao PT e falou contra a Lava Jato, foi um escarcéu na imprensa. Agora que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, participou de "live" com o mesmo Kakay e companhia falando de combate preventivo às "Fake News" para impedir a vitória de Bolsonaro, a mídia quase não repercutiu. Foi uma sábia decisão, com base no que o povo deveria focar.

Estou dando apenas alguns exemplos dos enormes desafios da nossa imprensa em geral, em sua cruzada moral para ajudar a empurrar a história rumo ao progresso. É um trabalho tão nobre, intenso e cansativo, que não combina sequer com ironias e brincadeiras para descontrair. É por isso que miro nesse incrível exemplo dos meus pares, e tenho me esforçado para aprender com eles. Mas não é nada fácil emular tanta seriedade e nobreza. A parte mais tranquila, até aqui, tem sido deixar as ironias de lado. Eu nunca gostei delas mesmo!

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