Vice-líder do governo Tarcísio de Freitas na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Tomé Abduch (Republicanos) deve assumir a Secretaria de Urbanismo e Licenciamento da capital paulista. Ele foi indicado por Tarcísio (Republicanos) após a confirmação de apoio à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
A iniciativa é vista como mais uma tentativa de aproximar Nunes da ala da direita e de pessoas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo apuração da Gazeta do Povo, Bolsonaro só vai anunciar publicamente o apoio a Nunes quando tiver batido o martelo sobre a escolha de quem será o vice na chapa do emedebista. O nome que vem ganhando força é o do coronel Mello Araújo, ex-comandante da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), batalhão da Polícia Militar (PM) de São Paulo.
O parlamentar é um dos fundadores do movimento de direita conhecido como “Nas ruas”. Abduch está no primeiro mandato na Alesp, tendo sido eleito com cerca de 220 mil votos. Mesmo recém-chegado à Casa, ele foi escolhido por Tarcísio para ser o vice-líder do governo e integrar o conselho da TV Cultura, na tentativa de deixar a emissora paulista com uma postura mais à direita. "Dialogue com 100% da população, e não apenas com parte dela", disse Abduch, ao ser indicado para o conselho televisivo.
Ao indicar seu vice-líder para assumir uma pasta na gestão Nunes, Tarcísio sinaliza que está engajado na campanha para reeleger o prefeito da capital paulista. Abduch substituirá Marcos Duque Gadelho, que está deixando o cargo por questões particulares. Embora oficialmente a prefeitura não confirme a mudança, a troca é dada como certa nos bastidores políticos.
Esta é a segunda indicação de secretário da cúpula da direita em São Paulo. Apesar do passado como integrante de governos petistas, o ex-ministro Aldo Rebelo (PDT) também foi indicado por pessoas próximas de Bolsonaro.
Outros nomes próximos de Tarcísio e Bolsonaro podem aparecer na gestão Ricardo Nunes.
A prefeitura de São Paulo não respondeu os questionamentos da reportagem da Gazeta do Povo. O deputado Tomé Abduch também preferiu não comentar.
Cientista política vê "dança de cadeiras" como estratégia de Nunes e Tarcísio
Denilde Holzhacker, cientista política e professora da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), analisa que a troca na secretaria influencia a eleição para a prefeitura de São Paulo e integra uma estratégia do Republicanos. “Para o Tarcísio, isso abre a possibilidade de conseguir fazer uma movimentação de danças de cadeiras, porque tem alguns secretários que vão sair candidatos no interior e vai precisar fazer uma rearticulação dos suplentes. Pode também estar dentro dessa estratégia mais geral do próprio partido”.
Para ela, é uma sinalização relevante de Nunes em mostrar aproximação com a direita. "O Nunes tem que caminhar mais para a direita, porque ele tem um candidato (de oposição) definido à esquerda. Com o lançamento da candidatura da Tabata (Amaral, PSB), que é uma candidata do espectro do centro, ele tem que se definir no eleitorado da direita. O movimento de se aproximar do Tarcísio está dentro dessa lógica. A questão é o quanto esse movimento vai ser, de fato, suficiente para ele ter uma identificação com eleitor. Essa é a grande dúvida da sustentação da campanha dele”, aponta Holzhacker.
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