Acusado de chacina em Piraquara é preso quando tentava matar a mãe

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Juarez Pedreiras Mascarenhas, de 39 anos, principal suspeito da chacina de uma família inteira que morava em Piraquara, região metropolitana de Curitiba, foi preso em Assis Chateubriand, região Oeste do Paraná, quando tentava matar a própria mãe. Mascarenhas foi preso na sexta-feira (25) e encaminhado para a delegacia de Piraquara na segunda-feira (28) no período da noite. A prisão foi divulgada apenas na manhã desta terça (29).

Em fevereiro deste ano, Mascarenhas teria matado seus tios e dois primos e enterrado no terreno da casa onde morava. A causa da chacina teria sido uma cobrança do tio de Juarez de uma dívida. Além destes, Mascarenhas é suspeito de dois outros homicídios - um deles cometido em Assis Chateubriand com requintes de crueldade.

"A mãe de Mascarenhas nos contou que o filho matou uma pessoa e tirou todo o sangue da vítima. Depois disso, ele teria pintado o interior de uma casa com o sangue - num ritual de magia negra", conta perplexo o delegado Hertel Rehbein, da Delegacia de Polícia Civil de Piraquara.

Teria sido justamente essa "contribuição com a polícia", que impulsionou Mascarenhas a ameaçar a própria mãe de morte. O delegado conta que Mascarenhas estava no Paraguai e teria viajado até Assis para cumprir a promessa. "Estávamos monitorando a casa dela (mãe) e quando ele chegou próximo fizemos a prisão", conta.

A mulher de Mascarenhas, que não teve o nome divulgado, foi ameaçada de morte por ele e coagida a ficar ao seu lado. Além dela, Michele, prima de Mascarenhas, de pouco mais de um ano, estava com o casal. Durante conversa com a polícia, a mãe de Mascarenhas disse que a criança teve as pontas dos dez dedos das mãos queimadas porque costumava colocar a mão na boca - fato que irritava Mascarenhas. A menina e a mulher do acusado estão em Assis Chateubriand.

Interrogatório

Durante oitiva, Mascarenhas confessou ao delegado que matou os próprios tios (Iran Joaquim Pereira da Silva, 61 anos, e Joana Sabino, idade desconhecida), mas alegou que foi ajudado por um rapaz conhecido apenas como "Beto" para matar os dois primos (Emanuele, de 8 anos, e Angélica, de 5).

Beto, na época em que os corpos foram encontrados, foi preso pela polícia como suspeito de ajudar Mascarenhas na fuga para o Paraguai. Ele teria negado a ajuda e foi liberado. "Vamos agora fazer a acareação entre Beto e Mascarenhas", diz o delegado, que acredita que Mascarenhas está tentando incriminar Beto.

Transferência para Catanduvas

Mascarenhas está preso em cela individual na Delegacia de Piraquara, porque segundo Hertel Rehbein, ele estaria jurado de morte. "Vamos sugerir para a justiça que ele seja transferido para Catanduvas, porque ele é criminoso de alta periculosidade", completou o delegado, citando a penitenciária federal de segurança máxima de Catanduvas, Oeste do estado, onde estão presos o traficante Fernandinho Beira-Mar, 16 assaltantes de banco do Pará e 20 integrantes do PCC, vindos do Mato Grosso do Sul.

Mascarenhas é nascido em Itaberaba (BA) e estava foragido da Colônia Penal Agrícola, em Piraquara. Contra ele pesam dois mandados de prisão expedidos pela justiça. Ele é acusado de seis homicídios - cinco em Piraquara e um em Assis Chateubriand. Além dos homicídios, Mascarenhas vai responder pelo crime de subtração de incapaz - pelo seqüestro de Michele. Ele responde ainda a outros 17 processos criminais.