Professores lotaram o estádio da Vila Capanema, em Curitiba| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Professores de todo o Paraná se reuniram em assembleia nesta quarta-feira (4) e decidiram rejeitar as propostas do governo estadual e manter a greve da categoria, iniciada em 9 de fevereiro. O encontro aconteceu no estádio da Vila Capanema, no bairro Rebouças, e teve um público de cerca de 20 mil pessoas, segundo a organização da APP-Sindicato.

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Após o término da assembleia, os grevistas sairam do estádio em passeata até o Centro Cívico. A intenção é acompanhar, durante a tarde, a votação, na Assembleia Legislativa, do projeto de lei que extingue a Comissão Geral. Apelidada de “tratoraço”, esta medida permite que projetos sejam aprovados em um período curto de tempo, sem a análise individual por comissões da casa legislativa.

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Assembleia com clima de jogo de futebol

Em uma Vila Capanema lotada, como há muito não se via, professores se apinharam nas arquibancadas para decidir se aceitaram ou não o conjunto de propostas feitas pelo governo estadual para encerrar a greve da categoria. Para aumentar o clima de futebol, ambulantes circulavam em meio à multidão vendendo produtos similares aos encontrados nos jogos realizados em Curitiba. Bandeiras da CUT e da APP-Sindicato estavam espalhados pelo estádio, colorindo ainda mais a casa do “Tricolor”, o Paraná Clube.

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As falas feitas antes da abertura da assembleia davam o tom do que estaria por vir. Nenhum representante se cadastrou para falar pelo fim da paralisação. Desta forma, o que era barbada se confirmou. Professores levantaram de forma unânime suas placas vermelhas (em contraposição às azuis) e decidiram manter o movimento grevista. Eles também deliberaram sobre outros temas, como o pedido à Justiça de uma audiência de conciliação entre governo e sindicato para debater impasses antes que o movimento seja declarado abusivo. Docentes também aprovaram a declaração de “assembleia permanente”, o que significa que uma nova reunião pode ser convocada a qualquer momento no prazo de 24 horas em decorrência do cenário de incertezas.

Hermes Leão Silva, presidente da APP-Sindicato, e Marlei Fernandes, secretária de Finanças da entidade, avaliam a assembleia positivamente e pediram apoio a outros setores da sociedade. “O governo judicializou as negociações e não era necessário. Ocorre que não há condições de retorno sem que algumas reivindicações sejam atendidas, como a superlotação das salas, a contratação de professores, e a distribuição de turmas. Há ainda os pagamentos atrasados e e as progressões e promoções”, declarou o presidente da entidade.

Passeata movimentou ruas da região central

A passeata dos professores seguiu o seguinte trajeto:  rua Engenheiros Rebouças, rua Conselheiro Laurindo, avenida Silva Jardim, rua Mariano Torres (também ruas Luiz Leão e Barão de Antonina) e, por fim, avenida Cândido de Abreu e até o Centro Cívico.

O grupo seguiu tranquilamente, sem pressa, pelas ruas da região central da capital, cantando refrões de apoio à greve e contra o governo. Ao passar pela rua Mariano Torres, os manifestantes receberam o apoio da população, que acenava das janelas dos prédios.

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A marcha chegou ao Centro Cívico por volta das 13h30. Os grevistas então se acomodaram na Praça Nossa Senhora de Salete - que tem sido a casa de muitos deles desde o início da paralisação - e pretendem acompanhar a sessão da Assembleia Legislativa desta tarde.

Cronograma de atividades inclui atos de apoio a outros movimentos

Além da assembleia e marcha desta quarta-feira, o calendário de eventos da APP-Sindicato inclui atos de apoio a outros movimentos, como um em defesa da Petrobras e outro da reforma política, com a convocação de uma constituinte.

No próximo dia 11 de março, uma quarta-feira, o sindicato dos professores convoca os grevistas para uma mobilização, ao lado da Via Campesina e do MST, “pela reforma política, com constituinte já, reforma tributária com distribuição de renda, soberania alimentar, o futuro do petróleo, as metas da educação”.

Já no dia 13 de março, sexta-feira, a convocação é para um ato “em defesa dos direitos trabalhistas, pela democracia e pela Petrobras”, a ser realizado ao lado da CUT e demais centrais sindicais. Na capital paranaense, o evento deve ter uma caminhada da Praça Santos Andrade, no Centro, até a Boca Maldita.

Os próximos atos dos grevistas serão na sexta-feira (6), em frente aos Núcleos Regionais da Educação, e no dia 8 de março, no domingo, junto a movimentos feministas, no Dia Internacional da Mulher. Este último deve ser realizado no acampamento do movimento, na Praça Nossa Senhora de Salete.

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