| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo/Arquivo

Ainda não é preciso o índice que indica a adesão dos professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) à greve deflagrada nesta terça-feira (11) pela categoria. Contudo, o comando local da paralisação estima que, neste primeiro momento, entre 50 e 60% da classe já deve estar de braços cruzados.

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Greve no IFPR afeta 16 dos 20 campi da instituição

Sindicato dos professores e técnico-administrativos estima que a paralisação atinja, em média, 70% dos trabalhadores das unidades

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Segundo o professor Luis Allan Künzle, do comando da greve, grupos da Associação dos Professores da UFPR (Apufpr) devem visitar ainda nesta quarta-feira (12) todos os departamentos da universidade para obter mais informações sobre a quantidade de docentes que aderiram ao movimento.

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“A paralisação acompanha o histórico das paralisações anteriores. No Direito, a maioria dos professores não parou. Nas exatas a adesão é grande. Tem muita mobilização da [engenharia] Civil e no curso de Informática”, relata Künzle.

Nesta terça, os professores da UFPR iniciaram greve por tempo indeterminado. Eles decidiram no início do mês aderir à paralisação nacional que já atinge cerca de 40 instituições federais de ensino superior em todo o país. Estima-se que a greve terá impacto sobre os 30 mil estudantes de Curitiba e das unidades da Federal em Matinhos, Pontal do Paraná, Palotina e no recém-criado câmpus de Jandaia do Sul. Também devem ser afetados os alunos do Setor de Educação Profissional e Tecnológica da UFPR.

A greve é uma resposta dos docentes ao que consideram um descaso do governo federal com a educação pública e gratuita. Segundo a Apufpr, os cortes de recursos destinados ao Ministério da Educação (MEC) já ultrapassam R$ 12 bilhões na execução orçamentária deste ano, enquanto cerca de R$ 5 bilhões estão sendo destinados às instituições privadas por meio do Programa de Financiamento Estudantil (Fies). Embora o governo também tenha restringido os recursos ao Fies – o número de novos contratos caiu quase 50% neste ano –, os professores criticam o repasse aos grupos privados de ensino.

Greve veio na hora errada, avalia Zaki Akel

Naiady Piva

A greve dos docentes das universidade federais errou o timing, na avaliação do reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Zaki Akel. Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (12), ele fez uma análise política da briga, que envolve diretamente o sindicato nacional da categoria (Andes-SN) e o Ministério da Educação (MEC).

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“[Se] você estabelece uma mesa [de negociação] e ela não traz resultados, vai para uma greve, que é um enfrentamento. [Mas] no momento está havendo um diálogo, existem mesas e tem acontecido rodadas de negociação a nível nacional entre o ministério e a categoria”, avaliou Akel.

Além disso, os professores erraram ao entrar em greve no momento em que os técnicos administrativos das universidades federais estão próximos de fechar uma acordo com o governo federal, após dois meses e meio de greve, na avaliação do reitor. Além disso, o prazo para elaboração da lei orçamentária de 2016 (que pode prever aumentos e reajustes para as instituições federais de ensino) só termina no final de agosto; ou seja, ainda haveria tempo hábil para diálogo e inserção de novas previsões orçamentárias na lei.

Otimista, Akel prevê que até o final de agosto o funcionamento da universidade volte ao normal. O reitor ainda disse estar tranquilo quanto ao atraso do calendário, uma vez que isto já foi feito em outras paralisações. “Do ponto de vista operacional, retardar o início das aulas não é uma grande dificuldade, já vivemos inúmeras vezes [esta situação]”, garantiu.