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Carroça preparada a participar do corso maldito. A critica é sobre os cinemas de Curitiba, no carnaval de 1915 | Acervo Cid Destefani
Carroça preparada a participar do corso maldito. A critica é sobre os cinemas de Curitiba, no carnaval de 1915| Foto: Acervo Cid Destefani
  • Este grupo que participa do baile do Grêmio do Comercio demonstram pouca alegria e mais susto com a tomada da fotografia no carnaval de 1917
  • Em 1930 um grupo de moças participa do corso devidamente acomodadas num automóvel de aluguel
  • Guerra de confetes e serpentinas na Rua Quinze de Novembro durante o corso do Carnaval de 1905
  • No último dia do carnaval de 1912 o povo, abaixo de chuva, espera o desfile nas esquinas da Rua Quinze de Novembro com a atual Monsenhor Celso

O carnaval da atualidade pouco tem a ver com os carnavais das primeiras décadas do século passado. Cada dia era especifico para uma festividade, não existia sábado de carnaval, a folia começava no domingo e terminava na terça-feira a meia-noite com o fim dos bailes que de maneira alguma atravessavam para a quarta-feira de cinzas.

Enquanto nos salões as brincadeiras se fixavam nos blocos fantasiados as festividades de rua apelavam para as serpentinas, confetes, limões de cheiro e às lanças perfumes. O palco central do carnaval curitibano era a Rua Quinze de Novembro onde se realizavam as famosas batalhas de serpentinas, entre o publico passante e a assistência aboletada nas sacadas dos sobrados.

Essa guerra acontecia durante o corso que em principio era feito principalmente com o público que passavam nas charretes, carruagens e mesmo nos bondinhos de mulas. Os limões de cheiro que nada mais eram do que bolotas de cera recheadas de líquidos, muitas vezes de origens não tão perfumadas.

Com a introdução do automóvel, na primeira década do século passado, o corso ficou mais sofisticado. Os mais abastados desfilavam em seus próprios veículos e os que tinham condições fretavam os carros de aluguel, que já existiam nas praças, a fim de participar do corso e da batalha de confetes e serpentinas.

Durante muito tempo, até o inicio da década de 1940, existiram dois corsos carnavalescos. O que extravasava a alegria e outro que surgia de repente, montado em um comboio de carroças devidamente decoradas com criticas de toda ordem sobre os acontecimentos do momento. Esse era o corso temido por políticos, transportes urbanos e mais uma variedade de serviços públicos, conhecido como: corso maldito.

O corso maldito visava principalmente os acontecimentos dignos de criticas ultimados pela prefeitura. Com o surgimento dos bondes elétricos estes se transformaram em prato cheio para as criticas do aludido desfile de charges. O corso maldito, apesar de sub-reptício, surgiu no carnaval de Curitiba durante décadas, sempre incomodando quem estava no poder ou quem merecia ser criticado por seus atos em desfavor do povo.

No inicio da década de 1940 os corsos foram perdendo espaço par o desfile dos blocos carnavalescos, fato que a prefeitura aproveitou incentivando tais desfiles com premiações e preservando a rua para uso do público durante o carnaval.

O corso maldito está fazendo falta na atualidade, os acontecimentos políticos que cruzam Curitiba e o Paraná dariam um caldo grosso tanto para o prefeito como para o governador botarem suas barbas de molho, com respingos a demais poderes.

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