Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Nostalgia

Para a História

Rua Barão do Rio Branco, em 1923 |
Rua Barão do Rio Branco, em 1923 (Foto: )
Rua XV: a Livraria Econômica no limiar de 1900 |

1 de 6

Rua XV: a Livraria Econômica no limiar de 1900

Rua XV: a Livraria Econômica em pleno carnaval de 1903 |

2 de 6

Rua XV: a Livraria Econômica em pleno carnaval de 1903

Rua Comendador Araújo, em 1915 |

3 de 6

Rua Comendador Araújo, em 1915

Rua XV, Sete de Setembro de 1940: o soldado cai do cavalo. Ao fundo, a Papelaria Requião, instalada onde nasceu a Gazeta |

4 de 6

Rua XV, Sete de Setembro de 1940: o soldado cai do cavalo. Ao fundo, a Papelaria Requião, instalada onde nasceu a Gazeta

Rua Dr Murici em 1946: no prédio de dois andares surgiu a Gazeta do Povo em 1919 |

5 de 6

Rua Dr Murici em 1946: no prédio de dois andares surgiu a Gazeta do Povo em 1919

Retrato de Annibal Requião |

6 de 6

Retrato de Annibal Requião

Entramos no ano 2009. A Gazeta do Povo estará completando 90 anos de existência no início do próximo mês de fevereiro, e esta página da Nostalgia completará 20 anos de publicação no mês de junho vindouro, com inserção desde o dia 4 de junho de 1989 todos os domingos. Entramos, portanto, num ano de festa e comemorações, quando se estará editando edições especiais comemorativas.

Na parte que toca a este espaço memorialista, o leitor será atendido, quanto à sua curiosidade em saber de onde surgiu todo o material fotográfico histórico que vem sendo mostrado aqui durante essas duas últimas décadas.

Tudo começou, como curiosidade, há precisamente 50 anos, quando foi encontrada uma série de negativos fotográficos num prédio desocupado da Rua XV, onde funcionara o Foto Kabza. Meia dúzia de chapas era de Curitiba antiga, as restantes consistiam em fotos de pessoas sem identificação. As imagens da cidade foram publicadas na antiga revista Panorama, o que levantou grande interesse em seus leitores. Interessado, o responsável por esta página passou a procurar imagens antigas para reproduzi-las e, logicamente, publicá-las.

Lá pelo início da década de 1960, Aníbal Requião Filho, amigo de infância deste escriba e concidadão do Batel, colocou à disposição uma série de negativos em chapas de vidro para que fosse retirada de sua garagem que estava em reforma e que delas fizesse o melhor uso. Eram mais de duas centenas de imagens feitas pelo seu avô, Annibal Requião, entre os anos de 1890 e 1928. Além das imagens da cidade vieram juntos chapas de times de futebol, principalmente do Atlético do qual o velho Annibal era socio-fundador e seu filho, o "Bimba", era jogador.

Foi aí que o acervo de fotos históricas começou a tomar corpo, muitas das imagens ainda estou recuperando via computador, pois as mesmas sofreram danos que, felizmente, são recuperáveis.

Annibal Requião foi um sonhador e um pioneiro. Era proprietário da Livraria Econômica instalada na Rua XV de Novembro desde o final do século 19, onde se desenvolvia uma gama variada dentro das artes gráficas. Entre elas, a produção de postais, livros e álbuns. Apreciador de novidades, Annibal foi pioneiro em cinematografia no Paraná. Filmou todos acontecimentos importantes que ocorriam e os projetava na tela de seu cinema, o Cine Smart, frequentado pelos curitibanos que muitas vezes iam para se ver participando dos fatos registrados.

Infelizmente, o material cinematográfico de Annibal Requião se perdeu no violento incêndio que consumiu a Cinemateca de São Paulo, onde os filmes estavam depositados para serem copiados. As fotografias em negativos originais que me foram repassados estão devidamente conservadas, tendo algumas em recuperação. São elas praticamente as iniciadoras do acervo particular que hoje contém milhares de imagens feitas por outros profissionais e amadores da fotografia.

Annibal Requião, amante das artes, não perpetrou o seu maior sonho, o de possuir uma casa de espetáculos além do seu Cine Smart, um teatro. Lidou ele com imagens estáticas e em movimentos e inclusive com som. A sua Livraria Econômica foi à pioneira em trazer para Curitiba o fonógrafo, em 1900. À frente de sua loja ficava repleta de curiosos para ver e ouvir a novidade. Posteriormente, montou uma casa especializada em discos e vitrolas junto ao seu cinema. Era a Casa Victrix, que existiu nas duas primeiras décadas do século passado. Em 1929, com apenas 56 anos de idade, Annibal Requião faleceu, deixando, entretanto, suas obras, as que foram salvas, para lembrar a sua história de vida e a da própria Curitiba durante sua existência.

A Livraria Econômica de alguma maneira tem sua ligação com a Gazeta do Povo. O jornal quando foi fundado, em 1919, se instalou num prédio que pertencia à família Taborda Ribas e estava situado na Rua Dr Murici, entre a Rua XV e a Praça Zacarias. No final da década de 1920, a Gazeta se mudou para o prédio onde funcionou a Livraria Econômica, na Rua XV de Novembro. Curiosamente, em uma foto de 1940 encontramos a Papelaria Requião instalada exatamente onde ficava a Gazeta do Povo, na Rua Dr. Murici. Talvez não seja mera coincidência, acredito mais numa permuta, haja vista que ambas as firmas lidavam no ramo gráfico.

As imagens que ilustram a Nostalgia de hoje nos mostram duas fotos feitas e usadas como cartões-postais pelo Annibal Requião: são da Rua Barão do Rio Branco e da Rua Comendador Araújo. As demais são da Livraria Econômica, na Rua XV e Rua Dr Murici, onde também esteve instalada a Gazeta do Povo. No medalhão, a foto de Annibal Requião.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.