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Dois advogados acusados de envolvimento em um esquema milionário, que teria lesado centenas de pescadores do Litoral do Paraná, permanecem soltos. A pedido da 1.ª Promotoria de Justiça de Paranaguá, eles tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça, mas não foram encontrados. Quatro suspeitos de comandar a quadrilha continuam presos preventivamente, entre eles, um juiz aposentado, outro advogado e um escrivão.

Nesta semana, outras sete pessoas foram presas temporariamente, prestaram depoimento aos promotores e, em seguida, foram colocadas em liberdade. Na segunda-feira, dois suspeitos que também tiveram a prisão temporária decretada devem se apresentar à Promotoria. A investigação deve ser concluída na próxima semana, com o Ministério Público oferecendo denúncias à Justiça.

Mencionado na investigação, o vereador de Guaraqueçaba, Paulo Afonso Teodoro Dias, negou, em entrevista à Gazeta do Povo, participação no esquema. Segundo as apurações, ele – que também era presidente da Associação de Moradores da Ilha das Peças – teria atuado para convencer pescadores a assinarem procurações, para que advogados do grupo investigado entrassem com ações indenizatórias contra a Petrobras.

Testemunhas ouvidas pelo Ministério Público revelaram que Dias recebia entre R$ 8 e R$ 9 por procuração assinada. "Eu estou tranquilo. Não devo nada, nunca passaram nada para mim, nunca recebi nada", assegurou o vereador.

Reuniões

Apesar disso, Dias assume que chegou a intermediar reuniões de advogados com os pescadores de quatro localidades do Litoral do Paraná. Os encontros teriam sido realizados a pedido de Arival Tramontin Ferreira Júnior, apontado pela Promotoria como um dos "cabeças" do núcleo investigado. Dias explica que promoveu as reuniões para ajudar os pescadores que tinham dificuldades em saber como andavam os processos. "Muita gente começou a perder audiências, porque não tinha comunicação. Como eu tinha uma central de rádio, eu passava as informações", disse. "Aí, veio o seu [Arival] Júnior aqui e eu convidei o pessoal [para as reuniões]", completou.

Alguns encontros chegaram a ser realizados no restaurante da família de Dias. "Hoje, eu me sinto injustiçado. Eu quis ajudar", afirmou. "Eu não tinha conhecimento do que os advogados estavam fazendo", disse.

Dias nega que, após a operação da Promotoria, tenha sumido da cidade. Ele disse que desde o dia 3 de agosto estava em Iguape, no litoral paulista, participando da festa do Bom Jesus, de quem é devoto. O vereador garantiu que vai se apresentar voluntariamente ao Ministério Público para prestar esclarecimentos.

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