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 | Pedro Serapio/Gazeta do Povo
| Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo

No entorno da Boca Maldita, o clima nesta quinta-feira (10) é de Natal. Mas não foram as crianças do Palácio Avenida que embalaram a festa. Ao som de “Não há nada mais lindo”, o curitibano Léo Fressato inaugurou o “Fantástico Natal de Anita”, na pracinha que fica aos fundos da Galeria Tijucas. Cerca de 200 pessoas conferiram a única edição dessa versão “hipster” de uma tradição curitibana: a serenata natalina.

Fantástico Natal de Anita apresenta "Oração"

Nova atração natalina de Curitiba, o Natal de Anita realizou uma serenata no centro da capital paranaense e embalou o público com faixas de artistas curitibanos e o hit "Oração", dA Banda Mais Bonita da Cidade.

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Na esquina das ruas Cândido Lopes e Desembargador Ermelino de Leão, o edifício Anita estava “vestido” para o Natal”. Luzes, decoração, presentes. Além de Fressato, o paulistano radicado em Curitiba Du Gomide cantou “Não há lamentos”, “Matero”, entre outras do seu repertório. O som doce da banda Simonami combinou com o espírito dezembrino.

Ocupação do espaço público

Não à toa, a “ocupação do espaço público” foi um dos temas em debate no “Fantástico Natal de Anita”. A retomada do prédio começou em há cerca de seis meses. Bruna foi a primeira vizinha da loja de empadas.

Um mês depois, o Estúdio Coletivo fixou ali seu escritório de arquitetura. Depois foi a vez do pessoal do Samambaia, que realiza ações ligadas à economia Criativa.

O Edifício Anita foi construído na década de 1950 pelo jornalista Frederico Faria de Oliveira. É quem dá nome à pracinha que fica em frente à porta dos fundos do Edifício Tijucas. A casa, na cobertura, foi construída pelo arquiteto Guenther Kuschick, que lá estabeleceu residência e atelier. O local estava vazio desde a morte da esposa do arquiteto, em 1999.

A pesquisa foi feita por Guilherme de Macedo, um dos sócios do estúdio Coletivo, que bateu um papo com a arquiteta Andrea Kuschick, filha de Guenther e uma das proprietárias. Resgatar a história do local é uma das metas do grupo que ocupa “o Anita”.

A chuva chegou tímida, pouco depois das 20h, sem desanimar os pouco mais de 200 espectadores. “Maravilhoso e mágico”, resumiu a estudante Patricia Sary. A professora Francine dos Santos levou a família toda, filha, mãe, irmã, cunhada. “Eu amo, adoro música curitibana desde sempre”.

Lá pelas 21h, o “gran finale”, um coro improvisado com organizadores e seus amigos. Começou com com “Oração”, o “hino da turma”. A surpresa foi a participação de Uyara Torrente, vocalista da Banda Mais Bonita da Cidade, que eternizou o clássico. Por fim, um clássico que não podia ficar de fora: “Então é Natal”, de Simone.

Origem

O “Natal de Anita” foi tirado do papel em tempo recorde. “Se temos um prédio que parece uma árvore, por que não ter um show de Natal?”. Foi o que pensou a publicitária Bruna Castro, que mora na casinha que fica lá em cima do edifício.

A ideia foi em outubro. Em dois meses, Bruna e seus colegas de Anita batalharam para garantir um espetáculo 100% gratuito. O jeito foi apelar para a economia criativa.

Os músicos receberam cachê. Afinal, trabalharam. O pagamento veio via patrocínio. Apoiadores também bancaram iluminação e som. A produtora Fantástica Filmes entrou com dois vídeos, gravados durante o espetáculo.

As “bolinhas de Natal” para enfeitar a árvore - no caso, o prédio - foram latas do refrigerante Cini Framboesa, principal patrocinador do evento.A Fundação Cultural de Curitiba (FCC) orientou para que tudo ocorresse dentro do que a legislação permite.

Além disso, cerca de 100 pessoas contribuíram com R$ 15 cada. O prêmio da colaboração coletiva foi um tour pelo prédio e o acesso a uma série de eventos, realizados na última segunda (7) e terça-feira (8).

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