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Com bebê no colo, moradora de ocupação no Guarituba, em Piraquara, chora por ser forçada a sair do local onde vivia | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Com bebê no colo, moradora de ocupação no Guarituba, em Piraquara, chora por ser forçada a sair do local onde vivia| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Prefeito recebe coordenadores da invasão

Coordenadores do movimento que ocupou irregularmente a área de preservação ambiental no Guarituba se reuniram na manhã desta sexta-feira (3) com o prefeito de Piraquara, Gabriel Jorge Samaha, o Gabão. Cerca de 50 famílias desabrigadas, das 350 que estavam no local, foram levadas para a Escola Municipal Henrich de Souza. O prefeito Gabão autorizou a permanência desses moradores no local até o domingo (5), ao meio dia.

Durante o encontro, também foi agendada uma reunião na segunda-feira(6), às 14 horas, na Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar). Segundo o prefeito, a intenção é garantir que essas 50 famílias, re risco social extremo, sejam incluídas na fila das habitações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A desocupação da área de proteção ambiental invadida em outubro no bairro Guarituba, em Piraquara, deve ser encerrada nesta sexta-feira (3). A Polícia Militar (PM) chegou ao local por volta das 8 horas, para dar continuidade aos trabalhos iniciados na quinta-feira (2). De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, a perspectiva é de que a ação seja finalizada nesta sexta, já que a maior parte das casas foi desmontada no primeiro dia de ação.

A previsão inicial era de que a desocupação terminasse ainda na quinta-feira, mas a chuva que caiu na cidade atrapalhou os trabalhos. Segundo o secretário de Meio Ambiente do município, Gilmar Clavisso, até o início da noite de quinta (2), cerca de 60% das famílias que ocupavam a área invadida já haviam deixado o local.

O trabalho de desocupação, coordenado pela Polícia Militar (PM), foi iniciado na manhã desta quinta-feira (2). Cerca de mil policiais e 110 viaturas foram deslocados para o local. As autoridades cumpriram uma ordem de reintegração de posse determinada pela juíza Diocélia da Graça Mesquita Fávaro.

Destino incerto

Segundo informações da Prefeitura, as famílias que deixaram o local estão voltando para residências antigas, casas de parentes ou então devem ficar provisoriamente na Escola Municipal Henrique de Souza, localizada no Guarituba.

A Prefeitura informou que as famílias que estavam no terreno do Guarituba serão cadastradas para serem encaminhadas a programas de habitação popular. No entanto, em curto prazo, ainda não se sabe para onde algumas pessoas serão levadas. Estima-se que cerca de 70 das 350 famílias que estavam no local não têm para onde ir.

"Temos um problema, pois eles realmente precisam de moradias, mas não existem terrenos ou casas prontas para receber essas pessoas. Município e governo terão de conversar para tentar resolver essa situação rapidamente", afirmou o secretário Gilmar Clavisso.

A administração municipal disponibilizou caminhões e carros para transportar os pertences dos moradores e produtos recolhidos. O material é separado, ganha a identificação dos proprietários e é levado para a escola municipal. No entanto, alguns moradores reclamaram que alguns pertences, que ainda não haviam sido transferidos, foram perdidos por causa da chuva que atingiu o local ao longo do dia.

Prisões

A Polícia Militar (PM) informou que duas pessoas foram detidas durante o primeiro dia de desocupação. Uma delas é Antônio de Jesus, conhecido como Lula, e um dos líderes do movimento que invadiu a área. Ele foi detido por desobediência, resistência e obstrução à Justiça, além de crime ambiental e recebeu uma autuação de R$ 45 mil da Força Verde. A outra pessoa presa não teve a identidade divulgada. Ela seria foragida da Justiça de Colombo.

Invasão

A invasão no Guarituba foi iniciada com cerca de 100 famílias no feriado de Nossa Senhora Aparecida, em outubro, e triplicou de tamanho em um mês. Cerca de 350 famílias viviam nos terrenos irregularmente ocupados.

A área invadida tem restrição para ocupação porque é uma zona de mananciais que concentra 70% da água potável consumida por Curitiba. A área também é considerada de preservação permanente e vários dos lotes são de propriedade privada.A justiça já havia determinado a desocupação da área e aguardava o cumprimento da reintegração de posse.

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