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Coletiva de imprensa – Divulgação do balanço da aplicação do ENEM.
Coletiva de imprensa – Divulgação do balanço da aplicação do ENEM.| Foto: Luis Fortes/MEC

A Associação De Olho No Material Escolar (DONME) publicou nesta segunda-feira (6) uma nota sobre as questões do Enem 2023, que foram criticadas pela bancada do agronegócio, por associar o setor à violência no campo e ao avanço do desmatamento. Segundo a entidade, as questões retratam "o distanciamento da educação brasileira da realidade do agronegócio atual".

Na nota, a ONG cita uma recente pesquisa da FIA-USP, que aponta desinformação relacionada ao agronegócio brasileiro em diversos livros didáticos destinados a alunos de escolas públicas do país.

"O setor rural brasileiro - grande gerador de divisas e oportunidades para o País, e que passou por uma verdadeira revolução tecnológica e de boas práticas nas últimas décadas – ainda é majoritariamente associado nos conteúdos escolares a temas negativos, sem bases científicas ou fontes públicas confiáveis, e de forma opinativa", explica a associação.

Entre as providências contra as questões do Enem, a ONG disse que expediu "um ofício à Presidência da Comissão de Educação na Câmara dos Deputados, reforçando a urgência da interlocução sobre essa situação e a criação de um canal permanente de diálogo com as autoridades que tratam desse e de outros tópicos importantes".

O que é o movimento De Olho no Material Escolar

A DONME é uma associação civil, fundada por produtores rurais em junho de 2020, cujo objeto social é buscar a atualização dos conteúdos vinculados à agropecuária, nos livros didáticos utilizados em escolas públicas e particulares, sempre de forma técnica e científica.

A entidade argumenta que, devido às rígidas leis ambientais e trabalhistas, além do constante aprimoramento tecnológico, o setor agropecuário passou por uma grande transformação nas últimas décadas. No entanto, ainda predomina nos materiais didáticos uma visão negativa do agronegócio, sem mostrar sua importância para a economia e com informações incorretas sobre reforma agrária, trabalho escravo no campo, uso excessivo de agrotóxicos, queimadas, entre outros.

O grupo conseguiu atrair apoio técnico de entidades como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), que funciona na USP; e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e passou a fazer visitas técnicas a editoras. Uma segunda linha de atuação encontrada pelos produtores foi levar professores e alunos a fazendas e empresas do agronegócio, atividade denominada “vivência”.

"Trabalhamos junto aos municípios, governos estaduais e federal, através dos nossos programas, e junto a educadores e editoras, trazendo ainda reflexões sobre metodologias pedagógicas inovadoras, para mudarmos o cenário futuro. Educação no radar de todos!", explica a ONG.

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