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Relâmpago também atemoriza

Outro crime que atemoriza os curitibanos é o seqüestro relâmpago. Em janeiro, foram cinco casos registrados na Delegacia de Furtos e Roubos (DFR). Mas o baixo número não reflete a realidade do problema. A polícia considera que seqüestro relâmpago se configura só nos casos em que bandidos abordam a vítima, levam-na a uma agência bancária e obrigam-na a sacar dinheiro. Situações em que a pessoa fica sob o poder de criminosos, depois é abandonada e seu carro levado são consideradas como roubo de veículo. Há situações nas quais os criminosos não conseguem o dinheiro dos caixas automáticos e vão até a casa da vítima, para assaltar. Para não serem vítimas de seqüestro relâmpago, o delegado Rubens Recalcatti recomenda que as pessoas não fiquem dentro de veículos estacionados, procurem não parar o carro em ruas escuras e estejam atentas ao que acontece em sua volta quando saem ou chegam em agências bancárias ou em casa.

Pelo menos cinco casos de falso seqüestro são relatados diariamente para a polícia de Curitiba. O golpe já está sendo aplicado há vários meses na capital. Os bandidos exigem que a família da suposta vítima compre cartões de celulares e repasse o crédito para a quadrilha. A maioria das ligações parte de presídios cariocas.

As vítimas preferenciais dos bandidos fazem parte da classe média – gente que pode dispor sem muita complicação e rapidamente de R$ 1 mil ou R$ 2 mil reais. Em pânico por imaginar que um familiar esteja em uma situação de extremo perigo, muita gente que atende a telefonemas como esse acaba obedecendo às ordens dos bandidos.

Em Curitiba, de acordo com a Polícia Militar e a Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (DEDC), são pelo menos cinco vítimas a cada dia. Mas o número deve ser bem maior. "As pessoas acabam fazendo registros em outras delegacias, aí acabamos não tendo conhecimento", explica o delegado Marcus Vinicius Michelotto, chefe da DEDC. "Mas não passa um dia sem ocorrência." Segundo o tenente Nelson Stocheiro, até o fim do ano passado, o 190 atendia cerca de 50 ligações relacionadas a falso seqüestro todos os dias. "Agora são casos esporádicos", comenta. Além disso, muitas vítimas deixam de registrar queixa por saber que se trata de um golpe.

E o que pode ser feito para controlar o problema? Na avaliação de Michelotto, a única alternativa local é informar a população. "O golpe é uma invenção e foi patenteado pelo bandido carioca. Quem tem de trabalhar é a polícia do Rio de Janeiro. 90% das ligações partem de presídios de lá", afirma. Duas dessas penitenciárias a que ele se refere são Bangu I e Bangu II. Michelotto conta que as informações obtidas pela polícia paranaense têm sido repassadas às autoridades cariocas.

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