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O vendedor Altair de Souza Carreiro (à esquerda), que vive em área de risco em Teresópolis: “Nasci aqui e vou morrer aqui” | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
O vendedor Altair de Souza Carreiro (à esquerda), que vive em área de risco em Teresópolis: “Nasci aqui e vou morrer aqui”| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
  • Veja os números da tragédia

Teresópolis (RJ)- A maioria dos moradores de Teresópolis, no Rio de Janeiro, vive no alto dos morros. Muitos reconhecem que estão sujeitos ao risco de deslizamentos e inundações, mas alegam não ter opções de outros lugares e que em nenhum momento antes da tragédia houve impedimento por parte do poder público. "Até concordo que morar em região de serra é perigoso, mas não tenho escolha. Vou para on­­de?", pergunta o vendedor Altair de Souza Carreiro, 70 anos.

Carreiro mora no bairro do Caleme, região atingida por deslizamentos. Ele tem notícias de que 22 vizinhos morreram. Atrás da casa do vendedor passa um rio que inundou e comprometeu a construção. Mesmo diante do risco, ele continua na sua casa, com medo de saques."Nasci aqui e vou morrer aqui", diz.

Se o sentimento antes era de que uma tragédia como essa nunca poderia acontecer, a sensação agora é de que o pior já passou. A casa da dona de casa Vilma de Oliveira, 56 anos, fica na frente de um morro que deslizou e que destruiu cerca de 20 casas. Ela continua no lugar e ontem abriu o comércio que mantém na frente da residência. "De que adianta sair daqui e ter que voltar? O pior já passou", aposta.

Morador do mesmo bairro, o pintor Jeová da Silva Santos, 54 anos, também reconhece que está em uma área de risco. Para ele, o crescimento da região não foi acompanhado de políticas públicas. "Falei para um candidato na eleição que no dia que chover vai ter estrago. Ele voltou agora para ver os estragos", conta, reclamando da falta de ação do poder público. "Mas o IPTU chega. Ele te acha."

A dona de casa Vanderléia da Silveira Ribeiro, 31 anos, vive no bairro de Barra do Imbuí e ficou com a casa rachada após as chuvas. Ela também reclama da falta de ação do poder público. "Sei que é perigoso, mas não dão condição para se morar em lugar algum", reclama. "A gente está nessa situação não por nós, mas pelo poder público."

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