O analista de risco Reginaldo Bauer Lopes, de 31 anos, disse na tarde deste domingo (1º) que a família vai processar o hospital onde sua irmã Regiane Aparecida Bauer Lopes, 27 anos, morreu após se submeter a uma lipoaspiração no sábado (31), na Zona Leste de São Paulo. Às 17h, a mulher foi enterrada no Cemitério São Pedro, na Vila Alpina, na mesma região.
"A gente só quer justiça. Vamos esperar o laudo do IML [Instituto Médico-Legal] e entrar na Justiça. Essa clínica não vai ficar impune. Ela era uma menina jovem, cheia de vida. Era o sonho dela [fazer a lipoaspiração]", afirmou Lopes, depois do enterro, enquanto amparava a mãe. A cirurgia foi feita no Hospital e Maternidade Máster Clin. Regiane sofreu uma parada cardiorrespiratória.
Desespero
O velório de Regiane foi na sala F do cemitério e começou ainda na manhã deste domingo. A família não quis conversar com a imprensa. A senhora identificada apenas como Cida, mãe da vítima, era uma das mais inconsoláveis. Sempre amparada pelo filho Reginaldo (ela tem mais um que está fora de São Paulo e não conseguiu vir), chorava todo o tempo.
Quando o caixão saiu para o cortejo, ela só repetia: "nunca mais vou ver a minha filha". Regiane foi descrita pelos amigos como uma pessoa alegre e carinhosa. No momento, estava desempregada, mas fazia bicos como doméstica.
De acordo com o a amiga Maria Zélia dos Santos, 42, o sonho de Regiane era fazer a lipoaspiração e ser modelo. "Ela ia até desfilar no carnaval desse ano. Era uma pessoa muito alegre e carinhosa", contou a vendedora, aos prantos.
"Era uma menina gente fina. Foi fazer essa cirurgia e ficou na mesa [da sala de operação]", lamentou Vera Lúcia Roberto, 59, tia do pai de Regiane, que não acompanhou o enterro e é separado de Cida. "Ele foi embora. Não aguentou", disse Vera. A vítima deixa um filho de 8 anos, que também não estava no cemitério. "É revoltante ver uma menina tão jovem morrer assim", afirmou uma tia, que não quis se identificar.
Hospital
O enfermeiro Paulo Sanches, responsável técnico do hospital, afirmou neste domingo que os exames pré-operatórios feitos em Regiane não apontaram nenhum risco cardíaco. "Ela estava plenamente saudável. Nenhum exame que ela fez apontou nenhum problema", afirmou Sanches. Ainda de acordo com o enfermeiro, a paciente assinou um documento comprovando que estava ciente de todos os riscos da cirurgia.
O enfermeiro refutou as acusações da família da mulher sobre possível falha no socorro à paciente. "O hospital não vai operar um paciente sem as mínimas garantias. A gente tem tudo, não vamos trabalhar aqui sem um suporte de socorro", ressaltou.
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