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As estruturas têm capacidade para 12 presos cada | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
As estruturas têm capacidade para 12 presos cada| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O governador Roberto Requião inaugurou na manhã desta sexta-feira (8) 20 celas modulares no Centro de Triagem II, em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. Com as outras quatro que foram entregues na semana passada e as 15 prometidas pelo governo para a próxima semana, Requião afirmou que o problema da superlotação nas delegacias da região deve ser resolvido. Presos do 11º Distrito Policial e da Delegacia de Furtos e Roubos, de Curitiba, e da Delegacia do Alto Maracanã, de Colombo, terão prioridade nas transferências devido às condições precárias verificadas nessas carceragens.

As estruturas, que têm capacidade para 12 presos cada uma, deveriam ter sido entregues em abril, conforme anúncio feito pelo governo em fevereiro, mas tiveram o cronograma de obras atrasado em 30 dias por conta do mau tempo, segundo a Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop). A ideia era inaugurar 60 celas, abrindo 720 vagas no sistema carcerário até o mês passado.

Nesta sexta, entretanto, o governador afirmou que a abertura de 468 vagas, com a entrega de mais 15 módulos até a próxima semana, é suficiente para resolver o atual quadro de superlotação nas delegacias de Curitiba e região. Além do governador, participaram da inauguração o secretário de segurança pública, Luiz Fernando Delazari, e diversos delegados.

Transferências

Na solenidade de inauguração das celas, Requião afirmou que as transferências dos detentos serão feitas nos próximos dias, porém de maneira sigilosa, por questões de segurança. Os presos do 11º Distrito Policial de da Delegacia de Furtos e Roubos, de Curitiba, e da Delegacia do Alto Maracanã, de Colombo, terão prioridade nas transferências, segundo ele, devido aos problemas encontrados nessas carceragens.

No 11º Distrito Policial, desde uma rebelião que aconteceu em janeiro, não há mais grades para separar as celas, e os presos convivem em um único espaço, separado apenas por duas portas do setor frequentado por funcionários que fazem boletins de ocorrência. No dia 23 de abril, 27 presos escaparam da delegacia por um buraco feito no teto. Na data da fuga, 148 presos dividiam o espaço, destinado a 40 detentos.

Na Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba, além da superlotação, uma vistoria da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Paraná (OAB-PR), realizado em 2008, constatou que havia, entre outras coisas, ratos e baratas dentro das celas. Casos de micose e doenças respiratórias foram detectados entre os detentos.

Já em Colombo, a nova equipe de policiais civis, que assumiu a Delegacia do Alto Maracanã após a prisão de 12 funcionários do distrito, enfrentou quatro tentativas de fuga em menos de dois meses. A primeira delas logo no primeiro dia. A última delas aconteceu na última terça-feira (5). No dia, 53 presos ocupavam o espaço destinado a oito. Estrutura

A estrutura do modelo de cela modular utilizado pelo governo é feita de concreto monobloco para impedir escavações. O material ainda proporciona o bem-estar térmico dentro da cela, que tem boa ventilação, e a estrutura não armazena calor e protege do frio.

Para garantir mais segurança, há banheiro e chuveiro dentro da cela, o que evita a frequente saída de presos. Os móveis são de concreto e fixados à parede. Além disso, toda a parte elétrica e hidráulica é feita por fora da cela, o que facilita eventuais consertos. Cada cela é independente – com caixa d’água e sistema elétrico individuais.

Para julho, está programada a entrega de mais 60 celas, que serão distribuídas em Araucária, Colombo e Rio Branco do Sul. A construção dessas estruturas, no entanto, ainda está em fase de licitação, segundo o governo.

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