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Em Foz, greve tem adesão de 70% da categoria

Denise Paro, da sucursal

Pelo menos 70% dos médicos aderiram à greve convocada pela categoria nesta quarta-feira (31) em Foz do Iguaçu, no oeste do estado. Cirurgias eletivas e procedimentos ambulatoriais ficaram comprometidos em hospitais e postos de saúde. O atendimento também foi prejudicado em clínicas e consultórios particulares.

No Hospital Costa Cavalcanti, o maior da cidade, os serviços foram paralisados apenas no ambulatório, pela manhã. Cerca de 15 médicos aderiram ao movimento. O diretor do Conselho Regional de Medicina (CRM) na região de Foz do Iguaçu, Isidoro Villamayor, diz que mobilizar a classe médica foi importante. "Nossa intenção é chamar atenção para os problemas que nós levantamos", diz.

A prefeitura informou que não houve prejuízo ao serviço público. No Hospital Municipal, onde a maior parte do atendimento é de urgência e emergência, não foram registrados problemas.

Cascavel tem segundo dia de paralisação dos médicos

Luiz Carlos da Cruz, correspondente

O segundo dia de paralisação dos médicos em Cascavel, no Oeste, teve baixa adesão, mas mesmo assim ao menos 100 pacientes deixaram de ser atendidos somente no ambulatório do Consórcio Intermunicipal de Saúde (Cisop), que atende diariamente cerca de 700 pessoas de 25 municípios da região. De acordo com a direção do órgão, quatro dos 20 médicos escalados para trabalharem não compareceram.

Postos de saúde não funcionaram em ponta Grossa

Em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, o segundo dia de paralisação dos médicos afetou pacientes que tinham consultas marcadas ou precisavam de atendimentos que não eram urgentes.

Segundo o Conselho Regional de Medicina (CRM), os postos de saúde não tiveram atendimento, enquanto que apenas os serviços de urgência e emergência foram mantidos. 70% das consultas eletivas, tanto na rede pública quanto na particular, foram remarcadas. Há perto de 450 médicos em Ponta Grossa, dos quais 100 atuam na prefeitura. O atendimento será normalizado nesta quinta-feira (1º).

Depois de protestos no dia 23 deste mês e na última terça-feira (30), as entidades médicas do Brasil promoveram nesta quarta-feira (31) o último dia de paralisação nacional da categoria. O manifesto teve, nesta quarta, adesão dos médicos em vinte e um estados e no Distrito Federal, incluindo o Paraná. Em várias regiões do estado, a interrupção nos serviços causou transtornos a pacientes de unidades de saúde e hospitais.

No Paraná, os maiores impactos da paralisação foram registrados em Foz do Iguaçu, Cascavel, Ponta Grossa e Londrina, além de Curitiba.

Em Foz do Iguaçu, a greve teve 70% de adesão da categoria, o que forçou remarcação de boa parte das consultas. Em Cascavel, houve queda de atendimento no ambulatório do Consórcio Intermunicipal de Saúde (Cisop), que atende diariamente cerca de 700 pessoas de 25 municípios da região.

Em Londrina, o número de consultas foi reduzido, especialmente no Hospital de Clínicas (HC). Em um dia normal, são realizados aproximadamente 450 atendimentos no local. Nesta quarta-feira, foram apenas cem.

Em Ponta Grossa, o atendimento também foi afetado. Cerca de 70% dos procedimentos médicos, segundo o CRM, tiveram que ser cancelados.

Curitiba

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e as principais instituições hospitalares da capital confirmaram que a maior parte dos atendimentos eletivos – considerados não urgentes – foi suspensa. Pacientes já internados e que chegaram aos setores de urgência e emergência das entidades, por outro lado, foram atendidos normalmente.

Assim como nesta terça (30), a SMS relatou que as 109 unidades sob responsabilidade do órgão atendem os pacientes que chegam em estado mais grave nos estabelecimentos. De acordo com a prefeitura, 28 médicos da rede municipal, de um total de mais de 900, aderiram à paralisação. O impacto no atendimento, desta forma, foi classificado como pequeno. A regional mais afetada foi a do Portão, que teve 14 dos 28 médicos ausentes durante o dia.

O Hospital Evangélico informou que os setores de urgência e emergência não foram afetados neste segundo dia, assim como no primeiro. Novamente a expectativa do estabelecimento era de que 90% dos atendimentos eletivos fossem suspensos e remarcados para os próximos dias. Em média, a entidade atende mil pessoas por dia, ou seja, cerca de 900 consultas precisaram de realocação. A previsão é de que a entidade tenha reflexos da paralisação pelo menos até segunda-feira (5).

O Hospital Cajuru, via assessoria, relatou que nesta quarta foram canceladas aproximadamente 200 consultas e algumas poucas cirurgias. O número foi um pouco menor que o desta terça (30), quando 362 consultas eletivas ambulatoriais foram transferidas.

No Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), dos 27 ambulatórios que existem, apenas quatro atendiam durante a manhã, e de modo parcial. Foram eles: psicologia, nefrologia, pneumopediatria, e endocrinologia. A reportagem buscou um número final de quantos atendimentos teriam sofrido alterações ao longo do dia, mas não obteve resposta até o início da noite.

Rede estadual

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) informou que no Hospital do Trabalhador, em Curitiba, as especialidades de plástica e geral paralisaram as atividades. As outras três divisões atendem normalmente. Além disso, urgências e emergências têm rotina de atendimento normal na entidade. A Sesa relatou ainda que os demais hospitais do estado não tiveram reflexos significativos em todos os atendimentos.

Manifestação

Os médicos se reuniram em protesto nesta quarta-feira (31) na Praça Rui Barbosa, Centro de Curitiba – mesmo local de terça, quando mil pessoas participaram da manifestação. A intenção é continuar a coleta de assinaturas em um manifesto que será apresentado na semana que vem, ao Congresso Nacional, contra a aprovação da Medida Provisória (MP) 621, que cria o programa Mais Médicos, e a suspensão dos vetos impostos pela presidente Dilma Rousseff à lei do chamado Ato Médico.

O movimento também pretende, com os atos públicos, explicar à população as possíveis distorções destas medidas tomadas pelo governo federal. O manifesto é organizado em conjunto pela Associação Médica do Paraná (AMP), o Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar) e o Conselho Regional de Medicina (CRM).

Reivindicações

Os protestos se dirigem, principalmente, contra três posicionamentos recentes do governo federal: os vetos da presidente Dilma a alguns pontos do chamado Ato Médico; à medida provisória que aumenta para oito anos o tempo do curso superior de medicina; e à não exigência de que médicos estrangeiros passem pelo exame de revalidação do diploma, o Revalida.

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