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Requião pede mais rigor nas investigações

Dois dias depois da ação da Rone que resultou na morte de Deiviti, o governador Roberto Requião (PMDB) pediu mais rigor da Secretaria da Segurança Pública (Sesp-PR) nas investigações sobre o caso.

Requião reconheceu que a criminalidade e a violência da polícia aumentaram no Paraná. "Estamos num crescimento de casos de violência da polícia em relação aos anos anteriores enorme. A criminalidade cresceu também, mas a violência da polícia é insuportável no Paraná", desabafou.Leia reportagem completa.

A Justiça do Paraná concedeu habeas-corpus em favor dos três policiais da Rone (Rondas Ostensivas de Natureza Especiais) acusados de matar o trabalhador rural Deiviti Maicon dos Santos, de 19 anos, no dia 15 de julho em Colombo, na região metropolitana de Curitiba. O trio, que estava preso há pouco mais de uma semana, foi solto na terça-feira (31) depois do parecer favorável de soltura do juiz Francisco Cardozo Oliveira do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).

Apesar de conceder a liberdade provisória aos policiais, a decisão de Oliveira determina que o Comando da Polícia Militar mantenha os acusados - soldados Wilson Clemente, 33, e Leonel Lourenço de Faria Junior, 27, e o cabo Marcos Dorse Marinho, 35 anos, - em trabalhos administrativos, fora das ruas, sem porte de arma e com a obrigação de comparecer a todos os atos do processo. O juiz levou em conta os bons antecendentes dos policiais para conceder o habeas-corpus.

Dois inquéritos - um da Polícia Civil e outra da Policial Militar - estão investigando o caso. O delegado titular de Colombo, Hamilton da Paz, conduziu o inquérito da Civil. O caso foi encaminhado para a justiça no dia 18 - três dias depois do crime. "Não foi possível concluir o caso porque ficamos na dependência de uma série de laudos do Instituto Médico Legal (IML)", lembra. Laudos que 16 dias depois do crime ainda não ficaram prontos. "Já mandei três ofícios pedindo os laudos", conta o delegado.

Seis dias depois de receber o inquérito da Polícia Civil, o Ministério Público pediu a prisão preventiva dos policiais. A promotora de Colombo, Ana Carolina Pinto, que conduz o caso, não quis comentar a decisão da justiça. Sobre o andamento do processo, a promotora informou, por meio da assessoria do MP, que só deve comentar nesta quinta-feira - já que nesta quarta estavam previstas quatro audiências.

O caso e suas versões

O trabalhador rural Deiviti Maicon dos Santos, 19 anos, estava na garupa de uma moto pilotada pelo primo e voltava da Festa do Vinho de Colombo, na madrugada de domingo (15), quando levou um tiro na nuca.

A versão sobre os fatos ainda não estão esclarecidos. Há duas vertentes – uma dos policiais e outra do primo de Deiviti, Tiago Luiz Machado, que dirigia a motocicleta. Os militares afirmam que a vítima atirou contra a viatura, depois que o motorista desobedeceu à ordem para parar o veículo. Os policiais apresentaram uma pistola Taurus 380, supostamente de Santos. O laudo com a perícia nesta arma é um dos documentos que o delegado de Colombo aguarda.

Machado, no entanto, diz que nem ele nem o primo estavam armados. Segundo o rapaz, os dois passavam por uma travessa na Fervida, área rural de Colombo, quando viram um carro estacionado no escuro. "Escutei um grito, mas não parei. As luzes estavam apagadas, eu não sabia que era a polícia. Logo em seguida escutei os tiros e meu primo caiu da moto."

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