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O prefeito Milton Martini (imagem de seu depoimento para os vereadores em janeiro) entrou na Justiça pedindo que a Comissão Processante seja dissolvida, alegando irregularidades na  formação do grupo | AEN
O prefeito Milton Martini (imagem de seu depoimento para os vereadores em janeiro) entrou na Justiça pedindo que a Comissão Processante seja dissolvida, alegando irregularidades na formação do grupo| Foto: AEN

Prefeito ganha aumento no salário em meio a momento conturbado

Apesar da possibilidade da Câmara de Sarandi julgar a cassação do prefeito Milton Martini (PP) nos próximos dias, os vereadores aprovaram o reajuste salarial de 4,11% no salário do chefe do Executivo. A votação realizada na manhã desta terça-feira (23) atendeu ao projeto de lei encaminhado pela prefeitura. O aumento também é valido para os salários do vice-prefeito e dos secretários municipais, grupo que recebe salário em torno dos R$ 4 mil.

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Está marcada para as 8 horas da próxima segunda-feira (1º) a sessão extraordinária da Câmara de Sarandi, que julgará o pedido de cassação do mandato do prefeito Milton Martini (PP). A definição da data foi tomada na tarde desta terça-feira (23), durante reunião dos vereadores. Os parlamentares que compõem a comissão que analisa denúncias de irregularidades praticadas pelo prefeito pretendiam realizar o julgamento ainda nesta semana, mas, segundo o presidente do legislativo, isso não seria possível.

"Nós conversamos com o comando do 4º Batalhão da Polícia Militar e eles nos informaram que não poderiam nos dar a cobertura necessária porque estarão envolvidos com a Polícia Civil e com o Conselho de Segurança em um arrastão contra a violência na sexta e no sábado. Portanto, achamos melhor marcar para a próxima semana", explicou Cilas de Souza Morais (DEM) do conselho de segurança.

Apesar de a sessão já estar marcada, a realização do julgamento segue ameaçada. Tudo porque o prefeito Milton Martini entrou na Justiça pedindo que a Comissão Processante seja dissolvida, alegando irregularidades na formação do grupo. O pedido está sendo avaliado pelo juiz da Vara Cível da Comarca de Sarandi, Loril Leocadio Bueno Júnior.

"Se ele (juiz Loril) der parecer favorável, não vai ter julgamento na segunda. Nesse caso, vamos reiniciar os trabalhos e reorganizar a comissão, mas dessa vez será mais rápido, pois já temos as informações", adiantou o presidente do grupo Luiz Carlos de Aguiar (PPS). A reportagem do JM entrou em contato com o juiz Loril Bueno na segunda-feira (22). Segundo ele, a sentença com relação ao pedido para dissolver a comissão deve sair até o final desta semana, no mais tardar até segunda-feira.

Sessão

Como não se trata de uma sessão comum, ao marcar o julgamento, os parlamentares não poderão se ausentar do plenário até que a sentença seja proferida. Nesse tipo de julgamento, a Câmara de Sarandi precisará do apoio de dois terços dos vereadores da casa, o que representa sete votos, para cassar o mandato do prefeito.

De acordo com Aguiar, entre os 10 parlamentares, há quatro que prometem votar contra o pedido de afastamento. Aguiar conta com o bom senso dos colegas e também da manifestação da população. "Acho que ninguém irá contra as informações que constam no relatório, mas o que vai demandar é a pressão popular", disse.

No último sábado (20), representantes de pelo menos 14 entidades e quatro siglas partidárias se reuniram na cidade e já organizaram uma manifestação. O evento pediu a cassação de Martini e a realização de novas eleições no município. "A administração municipal está péssima e o descontentamento é geral. Precisamos fazer algo", afirmou o presidente da União Sarandiense das Associações de Moradores (Unisam), Alfredo Peres do Souza.

Parecer favorável

Na noite de segunda-feira (22), os vereadores que analisaram denúncias de irregularidades praticadas pelo prefeito apresentaram o relatório final à mesa diretora da Câmara. Nele, os parlamentares dão parecer favorável à cassação de Martini. Segundo Aguiar, além de provas documentais, há depoimentos contraditórios que evidenciariam as práticas irregulares da administração municipal.

Milton Martini é acusado de comprar, sem licitação, produtos agropecuários na loja do então chefe de gabinete da Prefeitura, Ailson Donizete de Carvalho, que se demitiu. São dez bombas para passar veneno e 150 litros de herbicida, que somam R$ 7,7 mil. Martini diz que não sabia que a loja era do funcionário e que já devolveu o dinheiro ao município.

Para investigar a denúncia, os vereadores de Sarandi montaram, no fim do ano passado, uma Comissão Processante (CP). Já foram ouvidas testemunhas de acusação e defesa, incluindo o próprio prefeito e também o deputado Reinhold Stephanes Júnior (PMDB), que o defendeu.Martini é investigado também na Justiça, acusado de outras irregularidades a frente da Prefeitura. Em dezembro, ele chegou a ser afastado do cargo pela Justiça, por supostamente estar coagindo funcionários públicos que são testemunhas dos processos. Dias depois, a decisão foi revertida e Martini retornou ao cargo.

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