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Balanço da intervenção

A atual interventora é Clélia Alves Santos, que trabalha há 16 anos no local. Ela prefere não se manifestar sobre as disputas causadas pela medida. Ela reconhece que o hospital passa por dificuldades financeiras. De acordo com a própria promotoria, o empreendimento tem um déficit mensal de cerca de R$ 170 mil, pois os superfaturamentos que ocorreriam nas gestões anteriores deixaram de acontecer.

Porém, Célia destaca os avanços conseguidos no último ano. O alvará junto à Vigilância Sanitária, que não existia, foi conseguido. Também foi iniciada uma reforma no Pronto Socorro, para adequá-lo às exigências das autoridades sanitárias, e as contas do hospital estão sendo saneadas, acrescenta.

A nova diretoria da Santa Casa de Cianorte, região Noroeste, 80 quilômetros de Maringá, assume na segunda-feira (26) com a responsabilidade de resolver um grave problema. O Pronto-Socorro do hospital está fechado há um mês por falta de dinheiro e já deixou de realizar 1,8 mil atendimentos. A população precisa recorrer ao Hospital Municipal e postos de saúde, que tiveram aumento na procura. O novo grupo gestor sucede um período de intervenção que durou um ano e seis meses, determinado pela Justiça por irregularidades administrativas.

A intervenção terminou oficialmente em 8 de março, mas a diretora indicada continua na função até a troca da direção, marcada para próxima segunda-feira (29). Clélia Alves do Santos entregará um hospital com muitas dívidas, principalmente com médicos e funcionários, e pouco dinheiro. "Estamos com falta de médicos. Não tinha como tocar um pronto-socorro aberto 24 horas com apenas dois médicos", disse ela. O PS fechou as portas em 24 de fevereiro e 1,8 mil pacientes, de 12 municípios deixaram de ser atendidos.

A demanda sobrou para os 11 postos de saúde, que não têm estrutura para fazer atendimento ambulatorial, e para o pronto-atendimento do Hospital Municipal, que funciona somente até 22 horas. Segundo Clélia, um novo acordo precisará ser feito com as prefeituras das cidades que utilizam o hospital, já que o dinheiro repassado atualmente não é suficiente para arcar com as despesas.

A Santa Casa mantém apenas os internamentos e cirurgias, casos provenientes de encaminhamentos.

Esse será o principal desafio para nova gestão."De inicio faremos um levantamento das dívidas salariais e negociar com os médicos. Nossa prioridade será reabrir o PS, mas ainda não temos uma data para reabri-lo", disse Josenilda Cordeiro Bahia, diretora que assumirá na próxima semana.

Irregularidades levaram à intervenção

A intervenção da administração do hospital foi determinada pela juíza da cidade, em caráter provisório, depois que o Ministério Público denunciou uma série de irregularidades no hospital, incluindo a falta de alvará da Vigilância Sanitária e na Fundação Hospitalar Intermunicipal de Saúde (Fhisa), entidade que o administra. A intervenção terminaria em outubro de 2009, mas foi prorrogada.

O médico Jorge Abou Nabhan esteve a frente dos problemas. Ele foi afastado da presidência da Fhisa depois da decisão da Justiça. Ele nega as denúncias feitas pela promotoria, defende o retorno à normalidade e afirma que o trabalho dos interventores prejudicou a Santa Casa. A situação chegou a ficar tensa.Em setembro passado a Polícia Militar precisou ser chamada para controlar um desentendimento no local, causado por divergências entre Nabhan e o MP sobre a reforma no Pronto Socorro.

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