• Carregando...

O Instituto de Criminalística apontou três causas para a queda da marquisena Universidade Estadual de Londrina (UEL), em fevereiro: falha no projeto estrutural, falha na execução da obra e falta de manutenção. O laudo final da Criminalística foi apresentado ontem, no Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina (Ceal), pelo perito Luís Noboru.

A marquise do anfiteatro do Centro de Estudos Sociais Aplicados (Cesa) da UEL desabou no dia 12 de fevereiro, matando duas pessoas e ferindo outras 21 – todas participavam do 26.º Congresso Brasileiro de Zoologia.

A maior falha estrutural apontada pelo laudo está nas vigas laterais da marquise, que teriam fios de aço em quantidade maior que a necessária. Isso reduziu o espaço para o concreto. Além disso, a posição de cada fio estaria mal dimensionada no projeto, o que provocou a má acomodação do aço e prejudicou sua função estrutural.

Também a interseção das vigas laterais com a central apresentou menos fios de aço do que deveria. Esse problema foi configurado como falha de execução porque o engenheiro responsável pela obra poderia ter questionado o projeto, explica Noboru.

Na base de sustentação do pilar, segundo o laudo, dos oito fios de aço para sustentação, cinco estavam alongados, rompidos e oxidados. A situação configura falhas de projeto e na execução.

O tripé ligado à viga principal e que sustentava a marquise apresentava falhas na distribuição do peso, o que comprometeu a marquise desde o início. O ideal seriam quatro pontos de sustentação.

Manutenção

O último problema apontado pela Criminalística foi a falta de manutenção da marquise, o que permitiu que a água da chuva se acumulasse na parte da frente da laje. Conforme Noboru, isso já acontecia há algum tempo porque o madeiramento que havia nesse espaço estava encharcado e em alguns trechos até podre.

Noboru enfatizou que a água acumulada na marquise não foi determinante para a sua queda, mas colaborou por produzir peso na parte da frente da estrutura. Conforme o perito, havia cerca de três toneladas de água naquela parte. Com a estrutura debilitada, as vigas laterais romperam ao meio. "Com o rompimento, a escora frontal foi forçada. Como a viga não tinha outra aposta para neutralizar o peso, acabou forçando o pilar central. O pilar, cuja base estava com a maior parte dos aços rompidos, entortou em direção ao auditório. Com isso, a parte da frente da marquise caiu. A de trás desabou em cima do pilar e, por isso, foi partida em três."

O laudo do Instituto de Criminalística foi entregue ao delegado-adjunto da Polícia Civil, Nelson Águila, que estava na apresentação de ontem. Ele irá juntar o material ao inquérito policial que apura os responsáveis pelo desabamento.

Veja na matéria em vídeo como foi a queda na animação feita pelo Instituto de Criminalistica

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]