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O ministro do STF, Alexandre de Moraes.| Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

No despacho em que autorizou a operação de busca e apreensão contra o líder da oposição, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, equiparou as ações do STF no 8/1 com a resistência da Inglaterra contra os nazistas.

“A Democracia brasileira não irá mais suportar a ignóbil política de apaziguamento, cujo fracasso foi amplamente demonstrado na tentativa de acordo do então primeiro-ministro inglês Neville Chamberlain com Adolf Hitler”, disse Moraes em um trecho da decisão emitida no dia 4 de janeiro de 2024.

Moraes citou o ex-primeiro-ministro da Inglaterra, Winston Churchill, em tom elogioso ao mesmo tempo em que criticou a postura do antecessor de Churchill, o ex-primeiro-ministro inglês, Neville Chamberlain, que entrou para a história com a pecha de “covarde” depois de ter cedido territórios ao ditador alemão, Adolf Hitler, para evitar a guerra com os nazistas.

O fracasso da política de apaziguamento de Chamberlain se deu com a invasão dos nazistas à Polônia, em 1º de setembro de 1939, data que marcou o início da Segunda Guerra Mundial. Hitler invadiu a Polônia apesar de ter, um ano antes, fechado o “Acordo de Munique” com os britânicos em que anexou parte da fronteira tcheca à Alemanha em troca da promessa de resolver futuros conflitos de forma pacífica.

Chamberlain renunciou em 10 de maio de 1940 e Churchill assumiu em seu lugar. Churchill se notabilizou pelo enfrentamento ao líder nazista.

"Absolutamente todos serão responsabilizados civil, política e criminalmente pelos atos atentatórios à Democracia, ao Estado de Direito e às Instituições, inclusive pela dolosa conivência – por ação ou omissão – motivada pela ideologia, dinheiro, fraqueza, covardia, ignorância, má-fé ou mau-caratismo. A Democracia brasileira não será abalada, muito menos destruída, por criminosos terroristas. A defesa da Democracia e das Instituições é inegociável, pois como ainda lembrado pelo grande primeiro-ministro inglês, ‘construir pode ser a tarefa lenta e difícil de anos. Destruir pode ser o ato impulsivo de um único dia’”, disse Moraes em outro trecho do despacho.

Esta não é a primeira vez em que o magistrado recorre à comparação com o ex-primeiro-ministro inglês para justificar seus atos diante de acusados de participação no 8/1.

Moraes usou a mesma citação na justificativa dada por ele para afastar temporariamente o governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha (MDB), no dia 9 de janeiro de 2023.

“Os agentes públicos (atuais e anteriores) que continuarem a ser portar dolosamente dessa maneira, pactuando covardemente com a quebra da Democracia e a instalação de um estado de exceção, serão responsabilizados, pois como ensinava Winston Churchill, ‘um apaziguador é alguém que alimenta um crocodilo esperando ser o último a ser devorado’”, escreveu Moraes, à época, depois de criticar a “política de apaziguamento” de Chamberlain.

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