O que dá valor a uma moeda: a quantidade de metal precioso que ela contém ou o valor estampado? Para medir a qualidade da moeda na Antiguidade, era comum que os cambistas fizssem um corte na moeda para ver se o interior era feito do mesmo metal que a parte exterior. "Levava-se em conta muito mais o valor intrínseco, ou seja, o conteúdo de metal precioso, do que quem as emitia", diz Lago. Nessa época, as moedas também refletiam a ascensão ou a decadência de um país. Enquanto a qualidade do metal (ouro ou prata) era mantida, existia a indicação de que a nação tinha estabilidade financeira. Quando aparece a deterioração, há uma clara evidência de decadência. "Na Roma do século 3º depois de Cristo, as moedas de prata passaram a ter cada vez menos conteúdo de prata e, no final, tinham uma fina camada de prata e o interior era de bronze. Isso mostra um grande período de inflação na sucessão de quase 30 imperadores romanos", conta Lago.
Só muito tempo depois, por volta de 1914, com a Primeira Guerra Mundial, as moedas deixaram de ter valor intrínseco e passaram a ser vistas como valor monetário apenas porque determinado governo se comprometia a resgatá-las. "Aí, sim, valia muito a seriedade de quem as emitia. Por isso as figuras cunhadas nas moedas são importantes, porque identificam qual o governo responsável por elas", diz o professor.
Ranking
Se pensarmos em grandes quantidades de emissões de moeda, certamente a China estará em primeiro lugar. O país emitiu uma quantidade colossal, que chega a bilhões de moedas sem nenhuma pretensão artística: elas ficaram conhecidas como "cash". Eram pequenas moedas de bronze com um furinho no meio que servia, justamente, para as pessoas as colocarem em uma cordinha e as usarem em grandes quantidades. "Isso mostra que a China era um país muito mais avançado do que os países do ocidente", comenta Lago. Os chineses também não mantiveram a tradição em relação ao formato: suas primeiras moedas tinham o formato de uma pequena faca ou de uma pá em miniatura.



