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Policiais usaram radar na tentativa de achar o corpo de Eliza na casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, em Vespasiano (MG): buscas não tiveram sucesso | André Mourão /Agência O Dia / AE
Policiais usaram radar na tentativa de achar o corpo de Eliza na casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, em Vespasiano (MG): buscas não tiveram sucesso| Foto: André Mourão /Agência O Dia / AE

Crimes

Conheça os crimes que pesam sobre os envolvidos na morte de Eliza Samudio e as respectivas penas previstas pela lei*:

> Homicídio qualificado com emprego de tortura (artigo 121): 12 a 30 anos de prisão;

> Sequestro e cárcere privado (artigo 148): 2 a 5 anos de prisão;

> Corrupção de menor (artigo 244-B): 1 a 4 anos de prisão;

> Formação de quadrilha (artigo 288): 1 a 3 anos de prisão;

> Destruição e ocultação de cadáver (artigo 211): 1 a 3 anos de prisão;

> Tentativa de aborto (artigo 125): 3 a 10 anos de prisão;

> Abandono de incapaz (artigo 133): 6 meses a 3 anos de prisão.

* Penas não aplicáveis ao adolescente, primo de Bruno, por ele ser menor de idade.

Fonte: Código Penal e Estatuto da Criança e do Adolescente

Belo Horizonte - A delegada Alessandra Wilke, que participa das investigações sobre o desaparecimento de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, disse ontem que foram localizados vestígios que podem ser de sangue no colchão de um dos cômodos do sítio do jogador, em Esmeraldas (MG). Também foram localizados fios de cabelo. O material foi enviado para perícia, que vai compará-lo com o DNA de Eliza. O suposto sangue foi achado num quarto em que Eliza esteve, segundo Sérgio Sales, o Camelo, primo de Bruno.

Camelo tem colaborado com a polícia e é o único dos investigados que não foi para a penitenciária Nelson Hungria, de segurança máxima, em Contagem (MG). Foi ele quem disse à polícia que Bruno esteve na cena do crime, a partir de relatos que teriam sido ditos a ele por outros investigados.

Ainda ontem uma equipe retomou as buscas por vestígios de Eliza na casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, suspeito de envolvimento no desaparecimento dela, em Vespasiano (MG). A polícia recorreu a um equipamento de radar na tentativa de achar bolhas ou vácuos dentro do concreto. O GPR, radar de penetração no solo, lança ondas eletromagnéticas em direção ao solo e as recebe de volta em uma antena, gerando uma imagem do que pode estar enterrado. A suspeita era de que o corpo de Eliza estava lá. Mas após seis horas de busca e quatro escavações, os policiais coletaram apenas "materiais para perícia’’. Disseram que chegaram a "sentir um cheiro forte’’, mas descobriu-se que era esgoto.

Identificando-se como filha de Bola, Míndia dos Santos disse que a residência não é local de extermínio. Ela afirmou que seu pai é inocente. Destacou ainda que o muro onde escreveram "Bruno assassino" foi limpo por moradores que reconhecem a inocência do pai.

"As buscas foram retomadas porque foram ouvidas versões de testemunhas, suspeitos, mesmo que nas entrelinhas se negassem a dizer qualquer coisa, apareceram indicativos", afirmou o delegado Edson Moreira, chefe do departamento de investigações da Polícia Civil de Minas. Segundo ele, restos de concreto retirados da casa de Bola, um capacete, uma carteira da imprensa e outros "objetos úteis para investigação" foram apreendidos e encaminhados para o instituto de criminalística.

Depoimento

A polícia ouviu ontem novamente o adolescente de 17 anos, primo do goleiro, que confessou ter participado do sequestro de Eliza. Ele revelou mais detalhes do crime, mas a polícia disse que não divulgaria as informações para não atrapalhar a investigação. "Ele preserva a presença do Bruno, mas percebemos que, a partir de um determinado momento, certamente o Bruno toma conhecimento do que está acontecendo", afirmou a delegada Ana Maria dos Santos. Na ter­ça-feira, o jovem foi denunciado pelo Ministério Público por três atos infracionais: homicídio, sequestro e ocultação de cadáver. A medida socioeducativa máxima que terá de cumprir é de três anos.

Família

A juíza Marixa Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem (MG) recebeu ontem o primeiro pedido de revogação de prisão temporária. O beneficiário e Sérgio Rosa Sales Camelo, primo e´funcionário do goleiro. Camelo morava com Bruno no Rio de Janeiro. Era uma espécie de "mordomo" da casa do jogador, nas palavras do seu advogado. Recebia R$ 1.200 por mês. A família de Camelo vive em Ribeirão das Neves (MG), em um barracão reformado pelo goleiro. Lá vivem a mãe de Camelo e cinco irmãos dele.

Camelo está preso desde a semana passada por suspeita de participação no crime. Também estão detidos Bruno e mais seis pessoas, além do adolescente de 17 anos, que está apreendido.

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