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O Cope (Centro de Operações Policiais Especiais) cumpriu mais um mandado de prisão contra o economista Ricardo Barollo, 34 anos, em São Paulo, por volta das 6 horas desta quarta-feira (28). Barollo é acusado de ter mandado assassinar Bernardo Dayrell Pedroso, 24 anos, e da namorada dele, Renata Waechter, 21 anos, por causa da disputa pela liderança de um grupo de orientação neonazista. O Cope cumpriu o mandado expedido pela Justiça de Campina Grande do Sul.

O crime aconteceu em Quatro Barras, na região metropolitana de Curitiba, no dia 21 de abril. O duplo homicídio aconteceu na saída de uma festa em homenagem aos 120 anos de nascimento do líder nazista Adolf Hitler.

Barollo havia sido preso em 30 de abril e ficou preso até 2 de julho, quando a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná concedeu habeas-corpus para que pudesse responder ao processo em liberdade. Isso porque a promotoria considerou que houve erros no processo.

De acordo com o delegado do Cope, Francisco Caricati, a Justiça de Campina Grande do Sul tomou a decisão por causa da prisão de Laureano Vieira Toscani, 26 anos, no Rio Grande do Sul. Toscani é acusado de fornecer armas de fogo para o grupo de Barollo. Segundo o delegado, ele faz parte de uma rede internacional de tráfico de armas e teria fornecido aquela que foi utilizada nos crimes de Quatro Barras.

Para a polícia, a prisão de Toscani indica que o grupo neonazista continuava atuando e por isso foi pedida a prisão de Barollo, que seria o líder do movimento. "A informação de que havia vinculação entre os dois já constava no inquérito policial. E agora há indícios de que as atividades do grupo neonazista foram retomadas", afirmou o delegado Caricati.

Já o advogado de Barollo, Adriano Bretas, disse que a nova prisão de seu cliente é uma afronta à decisão da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná, pois não foi baseada em fatos novos nem em um pedido do Ministério Público ou da polícia. "A Justiça de Campina Grande do Sul tomou essa decisão por iniciativa própria. É uma ação juridicamente possível, mas não houve nem um fato que justifique o ato", argumentou Bretas. O advogado considerou que a decisão da Justiça de Campina Grande do Sul ultrapassou a circunscrição, pois – na visão de Bretas – seu cliente teria que ter sido chamado no Rio Grande do Sul para prestar esclarecimentos, o que não aconteceu.

O advogado disse que já entrou com um pedido de habeas-corpus e agora espera a decisão da Justiça. Segundo Bretas, o economista informou à Justiça que seguiria para São Paulo, onde tem residência fixa, entregou o passaporte e também prestou todos os esclarecimentos necessários

Outros acusados

Outras cinco pessoas são acusadas de terem participado do crime: Rosana Almeida, 22 anos, Jairo Maciel Fischer, 21, Gustavo Wendler, 21, Rodrigo Motta, 19, João Guilherme Correa, 18. Eles também respondem ao processo em liberdade, foram soltos no dia 17 de julho.

O crime

Segundo as investigações, os dois universitários foram atraídos para uma emboscada por Rosana, que afirmou que estava passando mal e pediu carona para voltar para Curitiba. Correa, Motta e Fischer teriam seguido o casal em um outro veículo. E quando já estavam retornando para a festa, Wendler (que também estava no carro junto com o casal) pediu que parassem no acostamento e Bernardo e Renata foram obrigados a descer do carro.

Os dois universitários foram assassinados com tiros na cabeça por Correa e Fischer –que seguiam no veículo de trás. Logo após o crime, os acusados teriam ligado para Barollo, que estava em São Paulo, afirmando que a "missão" havia sido cumprida e pedindo que um advogado fosse contratado, caso a autoria do assassinato fosse descoberta.

Neonazismo

A organização neonazista no Paraná tem o objetivo de criar um novo país, o qual teria uma constituição própria e seria livre da influência semita. Esse novo país seria chamado de "Neuland" (Terra Nova, em alemão) e deveria ser organizado na Europa – apesar de ser voltado aos brasileiros – para que pudesse ser livre da presença de negros, homossexuais e, principalmente, judeus.

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