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Polícia Militar cumpre determinação judicial de reintegração de posse no bairro Caximba, em Curitiba, desde o início da manhã desta sexta-feira | Aniele Nascimento / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Polícia Militar cumpre determinação judicial de reintegração de posse no bairro Caximba, em Curitiba, desde o início da manhã desta sexta-feira| Foto: Aniele Nascimento / Agência de Notícias Gazeta do Povo
  • Informações da PM apontam que há 240 famílias no terreno, mas moradores dizem que são mil famílias no local

A Polícia Militar ainda cumpre o mandado de reintegração de posse em um terreno localizado no bairro Caximba, na Zona Sul de Curitiba. A operação da PM, que acompanha dois oficiais de Justiça, pretende retirar 237 famílias do local. Durante a manhã, segundo a polícia, houve conversas com os moradores e o comando da corporação e líderes das famílias chegaram a um acordo para a saída do grupo.

Por volta das 11h30, os ocupantes do terreno aceitaram deixar a área sem confrontos. Os proprietários do terreno, segundo a PM, teriam oferecido caminhões para realizar a mudança das famílias.

Até as 17h30, 60% da área havia sido desocupada. O terreno particular possui 114 metros quadrados. A PM acredita que até o fim do dia todas as famílias já tenham deixado a região.

Os policiais, ao todo cerca de 500, participam desde a madrugada desta sexta-feira da operação. O terreno está localizado na Vila 1.° de Setembro. Os policiais foram chamados para dar apoio aos oficiais da 4.° e 19.° Varas Cíveis de Curitiba. A ocupação irregular começou a ser montada pelas famílias no mês de abril, mas os proprietários entraram com ação na Justiça pela reintegração. Com um mês no local, de todas as casas, 205 ainda eram de madeira e lona e outras 32 estavam em início de construção de alvenaria.

A PM ainda informou que a algumas das pessoas que estavam no local já teriam outras invasões do bairro e teriam usado sites na internet para anunciar a venda de parte da propriedade invadida.

Segundo a prefeitura, caso alguma família não tenha onde se abrigar após a desocupação, pode entrar em contato com a Fundação de Ação Social (FAS) da capital. Profissionais da FAS acompanham a retirada das famílias e, segundo a prefeitura, até as 17 horas apenas duas famílias haviam solicitado auxílio e o poder público entrou em contato com outros familiares dos desalojados para garantir abrigo. Caso seja necessário, a prefeitura usará abrigo público para a população que sair da área sem ter para onde ir.

Procurada, a Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) disse que não foi acionada pela Justiça durante o andamento do processo. A entidade não soube informar se famílias que estavam na área fazem parte do cadastro da Cohab que reúne pessoas a espera do sorteio do Minha Casa Minha Vida para ter a moradia popular.

A PM e a prefeitura não souberam dizer a quem pertence o terreno. Em contato com as varas cíveis, a Justiça disse não estar autorizada a passar informações.

Reclamações

Apesar da informação da PM sobre a reintegração pacífica, um dos moradores do local, porém, reclamava que os policiais já tinham usado duas bombas de efeito moral e tinham arrombado várias portas de barracos. "Teve violência, sim, eles estão oprimindo, não estão permitindo a entrada da mídia dentro da comunidade", reclamou Hudeson Douglas Crozati, que vive no local.

Francisco Ari dos Santos, 38 anos, foi pego de surpresa quando tentava retornar do trabalho para casa. Ele chegou ao terreno onde está sua residência e foi impedido de entrar no local. "O clima aqui fora, olhando assim está bom, sossegado. Mas lá dentro é um clima de incerteza. Dizem que está acontecendo uma negociação entre policiais e a comunidade. Meu filho de 16 anos está lá dentro, mas não consigo contato com ele, não tenho telefone."

O Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi colocado de prontidão no local para atuar caso for necessário. Ambulâncias também estão disponíveis para um caso de emergência. A Guarda Municipal de Curitiba também foi acionada e confirmou que enviou equipes ao local para auxiliar nos trabalhos.

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