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Falta de água impede que desabrigados possam lavar as casas e os objetos que não foram destruídos pela enchente | Ademir Queiros Júnior
Falta de água impede que desabrigados possam lavar as casas e os objetos que não foram destruídos pela enchente| Foto: Ademir Queiros Júnior

Grupos iniciam ajuda para desabrigados

A desempregada Chirlei Silva, moradora de Sengés, no Norte Pioneiro, perdeu móveis, alimentos e roupas na enchente do Rio Jaguaricatu na noite de sexta-feira. A água subiu até o teto de sua residência.

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Tomazina - Boa parte dos 9 mil habitantes de Tomazina, no Norte Pioneiro, ainda está sofrendo com a falta de água e de alimentos. Muitos não têm sequer água para beber, cozinhar e tomar banho. Sem abastecimento desde sábado, a prefeitura está pedindo a ajuda de doações, que têm chegado principalmente de Siqueira Campos e Wenceslau Braz, a cerca de 50 quilômetros do município.

A água está sendo trazida em caminhões-pipa que abastecem pequenos reservatórios instalados em colégios e no Santuário de Santo Inocêncio, onde está parte dos desabrigados. Nos lugares mais distantes, como nos bairros rurais, água e comida só chegam em embarcações. A falta de água também impede que as famílias atingidas pela cheia do Rio das Cinzas consigam voltar para as suas casas. Sem água, os desabrigados e desalojados não conseguem lavar o que restou da enchente, como a própria casa.

Hospital

No quartos e na enfermaria do Hospital São Vicente de Paulo, o único da cidade, a água chega em baldes. A lavagem das roupas de cama e dos pacientes está prejudicada. "Nosso problema é a escassez da água. Por isso estamos precisando da ajuda dos moradores das cidades vizinhas para doações de roupas de cama, de toalhas, fronhas, enfim, tudo o que puder ajudar no atendimento a pacientes", explica a enfermeira-chefe da unidade de Saúde, Daniela Salomão. Para evitar mais transtornos, casos de baixa complexidade estão recebendo alta rapidamente. "Não temos vítimas das chuvas, por isso o movimento é normal, mas, de qualquer maneira, estamos atendendo apenas casos de urgência, além de partos normais e cesarianas", contou a enfermeira.

Como os postos de saúde não estão atendendo por causa da falta de água – e, em alguns bairros, também por falta de energia elétrica –, os servidores públicos formaram equipes de atendimento diretamente nos bairros mais atingidos, onde também estão funcionando cozinhas comunitárias. A Sanepar informou que deve reiniciar a captação de água no Rio das Cinzas ainda hoje, provavelmente pela manhã.

Na Avenida da Prainha, que margeia o Rio das Cinzas, as casas que não foram levadas pela força da água desmoronaram. De acordo com a prefeitura da cidade, até ontem havia cerca de 150 pessoas desabrigadas e mais seis famílias alojadas no salão paroquial.

As chuvas que caíram na sexta-feira e no sábado em Tomazina foram equivalentes ao que normalmente chove em três meses. De acordo com o Instituto Simepar, a chuva atingiu a marca de 232 milímetros, o que é um recorde – de acordo com registros da própria prefeitura da cidade, não chovia assim desde a década de 1950, quando uma enchente causou o transbordamento do Rio das Cinzas.

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