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Servidores das universidades federais de todo o país realizam nesta quarta-feira (25) um dia de paralisação para pedir 22,22% de reajuste salarial. A mobilização se repetirá nos dia 9 e 10 de maio e poderá culminar em uma greve nacional caso o governo ignore o pedido e não se disponha a negociar essa e outras reivindicações da categoria. No Paraná, os servidores se reunirão às 10 horas na Praça Santos Andrade, em Curitiba, e deverão fazer uma passeata pelas ruas da cidade.

O salário da categoria está estagnado desde março de 2010, explica Bernardo Pilotto, diretor do Sinditest, sindicato que reúne os servidores das universidades federais no Paraná. "O reajuste de 22,22% se refere ao aumento da inflação de março de 2010 a março de 2012, mais o equivalente ao crescimento do PIB nesse período", pontuou.

Além da atualização dos salários, a categoria nacional pede que seja implantado um período para a negociação coletiva, inexistente no serviço público federal. "Todo ano é esse sufoco, com greves, porque não temos ainda uma database, a exemplo de outras categorias. Isso não impediria a greve, mas ajudaria nas negociações", acredita Pilotto.

No Paraná, os sindicatos esperam a adesão de servidores e professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), do Instituto Federal do Paraná (IFPR) e da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). Além disso, outros servidores federais já confirmaram que vão se unir ao movimento, como os que trabalham no IBGE, no Incra e associados ao Sindprevs do Paraná, Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Saúde, Trabalho, Previdência Social e Ação Social.

Hospitais universitários

Os servidores da UFPR e de outras instituições federais querem ainda impedir que os hospitais universitários passem a ser administrados pela recém-criada Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). A Ebserh, empresa pública de personalidade jurídica de direito privado, aprovada pela presidente Dilma Rousseff em dezembro de 2011, será responsável por administrar os recursos financeiros e humanos dos hospitais universitários das instituições federais de ensino superior que assim o aprovarem em seus respectivos conselhos universitários.

"Se o Hospital de Clínicas for assumido por esta empresa, por exemplo, ele perderá a autonomia e poderá até ser desvinculado da universidade", considera Pilotto. Para ele e outros servidores nacionais, o problema dos hospitais universitários do país é de financiamento e não de gestão. "O Hospital de Clínicas alega ter dívidas mensais de um R$ 1 milhão por mês. A solução não é mudar a sua administração e sim que o SUS [Sistema Único de Saúde] pague mais pelos tratamentos. Para se ter uma ideia, um transplante de medula custa R$ 150 mil, mas o SUS paga apenas R$ 50 mil. Além disso, tememos que a desvinculação do hospital com a universidade diminua a qualidade do ensino", finaliza Pilotto.

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